sábado, 18 de junho de 2011
Palestra sobre Morcegos, HOJE, no Museu do Ferro:
domingo, 20 de março de 2011
Sinais do Património - ciclo de conferências organizadas pela Escola Profissional de Arqueologia
A Escola Profissional de Arqueologia do Freixo, Marco de Canaveses, em colaboração com o respectivo município, Ministérios da Cultura e da Educação e outras entidades, está a promover um ciclo de conferências intitulado "Sinais do Património", tendo em vista dar a conhecer aos alunos do curso de Assistentes Técnicos de Arqueologia diversos aspectos do património arqueológico e museológico.
A próxima conferência deste ciclo intitula-se "Património: charme, cliché e outras coisas", estando a cargo da Arquitecta Ângela Melo, da Direcção Regional da Cultura do Norte/Serviço de Bens Culturais, tendo lugar no próximo dia 4 de Abril, pelas 15;00 horas, também no auditório municipal de Marco de Canaveses.
quinta-feira, 2 de dezembro de 2010
Palestra "Rota de Santa Bárbara"

Como é sabido, Santa Bárbara é a padroeira dos Mineiros, além de protectora contra as trovoadas.
Existem no nosso concelho, especialmente na periferia da serra do Roboredo várias capelas dedicadas a Santa Bárbara, genericamente do século XVIII, que podem possibilitar uma interessante rota associada à história mineira da região.
Aqui fica esta proposta do Museu do Ferro.
quinta-feira, 11 de novembro de 2010
Palestra sobre Maçonaria e República em Trás-os-Montes, no Museu do Ferro
O nosso ilustre consócio Rogério Rodrigues vai proferir uma palestra, no próximo sábado, sobre o tema da Maçonaria e ideiais republicanos em Trás-os-Montes e Alto Douro. Este evento terá lugar no auditório do Museu do Ferro & da Região de Moncorvo, nesta vila, e conta com o apoio do município.
Dada a pertinência e actualidade do tema, contamos com a presença dos nossos estimados associados.
sexta-feira, 5 de novembro de 2010
segunda-feira, 11 de outubro de 2010
Palestra e Exposição sobre o património arqueológico e arquitectónico de Adeganha

A organização do evento coube à Junta de Freguesia de Adeganha, Museu do Ferro & da Região de Moncorvo/Câmara Municipal de Torre de Moncorvo/ PARM.
Explanação de Eugénio Cavalheiro sobre a Igreja de Adeganha
Momento da explicação da exposição.
Foi também referido o importante património vernacular (construção tradicional) que se deve preservar o mais possível, sempre em respeito pela melhoria de condições de vida das pessoas, mas sem desvirtuar a traça original e o aspecto geral das povoações, como especial destaque para a Adeganha, pois isto é uma mais-valia que pode ser aproveitada para fins turísticos.
No final foi feita uma visita guiada aos painéis em que se desenvolve um pouco da evolução histórica da nossa região, e em que a freguesia de Adeganha tem um lugar de destaque.
Uma vitrina com vários objectos arqueológicos recolhidos nesta freguesia (machados polidos, cerâmicas pré-históricas, castrejas e medievais, além de moedas romanas e medievais) completaram a explicação.
Foi destacada a colaboração de pessoas de Adeganha que ao longo dos tempos nos ofereceram objectos e forneceram preciosas informações, como foi o caso do nosso Amigo Sr. Alberto Vilela, proprietário de terrenos na Senhora do Castelo. De sua autoria estiveram patentes na exposição duas maquetes, uma da igreja de Adeganha e outra do antigo paçal (casa do abade).
Vitrina com alguns objectos arqueológicos procedentes da freguesia de Adeganha.
A acção foi encerrada com um Porto de Honra, seguida de um excelente convívio e troca de informações com as pessoas presentes.
Agradecemos à Junta de Freguesia de Adeganha esta oportunidade, esperando nós repetir acções análogas noutras freguesias, tendo em vista a sensibilização da população para os valores patrimoniais das suas terras, elevando a auto-estima colectiva, e promovendo o desenvolvimento turístico.
Da parte do PARM colaboraram nesta acção: Eugénio Cavalheiro, Nelson Campos, Rui Leonardo.
Fotos: Rui Leonardo/PARM
quarta-feira, 8 de setembro de 2010
Palestra "Os xistos de Trás-os-Montes como recurso geológico"
A sessão teve início pelas 15.30 horas, com a sessão de boas vindas pelo Sr. João Rodrigues (em representação do Município de Torre de Moncorvo) e pelo Dr. Nelson Campos (em representação do PARM). Seguiu-se a apresentação do palestrante pelo Dr. Rui Rodrigues (coordenador da secção de Geologia do PARM), tendo referido que o Doutor Noronha visita o MF&RM regularmente, sendo já conhecido da maior parte da assistência, sendo sempre um prazer ouvir as temáticas que apresenta.
O Prof. Doutor Fernando Noronha, começou por agradecer ao Município de Torre de Moncorvo e ao PARM a sua presença no MF&RM, pelo terceiro ano consecutivo, trazendo desta vez um tema muito caro à sua investigação - os xistos transmontanos. Começou por referir que o xisto era um material muito usado na construção sobretudo no Norte e Centro de Portugal, tendo a sua utilização vindo a decair a partir da segunda metade do séc. XX, por ter sido considerado um material pouco nobre, situação que se começa a inverter.
Dada a sua relevância foi aprovado um projecto de I&D ao FCT (Fundação para a Ciência e Tecnologia) denominado Projecto "SCHIST Resource", coordenado por si e com participação das Universidades do Porto, Évora e pelo Laboratório Nacional de Engenharia e Geologia (LNEG). Este projecto tem como objectivos essenciais: a) caracterizar os principais locais de exploração; b) cartografar detalhadamente esses locais; c) efectuar análises petrográficas e químicas, bem como testes físicos e mecânicos, com vista a estudar a viabilidade da sua exploração e as possibilidades de utilização/aplicação.
A área inicialmente estudada por este projecto corresponde precisamente ao Nordeste de Portugal (Trás-os-Montes e Alto Douro), tendo sido estudadas as seguintes pedreiras: Tanha (distrito de Vila Real), Poio (V. N. Foz Côa), Nozelos (Torre de Moncorvo) e Eucísia (Alfândega da Fé), Zebras (Mirandela), Deilão (Bragança). De seguida o autor passou a descrever pormenorizadamente os aspectos técnicos e as propriedades específicas de cada tipo de xisto, nos locais referidos, bem como as possibilidades da sua aplicação, apresentando exemplos de boas práticas na sua utilização em edifícios transmontanos, terminando a sua apresentação salientando a necessidade de valorização e utilização dos recursos nacionais (que em muitos casos são melhores) em detrimento de recursos geológicos estrangeiros.
Seguiu-se um breve período de debate onde o Prof. Doutor Noronha esclareceu algumas dúvidas do público presente (25 participantes) que apreciaram mais uma palestra extraordinária proferida pelo Doutor Noronha.
Fotos PARM
quarta-feira, 1 de setembro de 2010
Palestra "Os Xistos de Trás-os-Montes como recurso geológico"
Resumo: A abundância de afloramentos de xisto nas regiões do Nordeste e Centro de Portugal fizeram desta rocha, no passado, um material de construção comum. Está em curso um projecto I&D da FCT, que tem como objectivo a caracterização estrutural, mineralógica, petrográfica e tecnológica de ocorrências de xisto no NE de Portugal e a promoção das rochas xistentas como um recurso geológico. Nesta contribuição apresentamos alguns exemplos de estudo de litologias de diferentes contextos geológicos e com diferentes características.
SOBRE O AUTOR: Geólogo, Professor Catedrático e investigador do Departamento de Geologia da Faculdade de Ciências da Universidade do Porto, com importantes estudos realizados no âmbito da Geologia, nomeadamente geologia aplicada (geologia económica e geologia forense)
Ver mais: http://www.fc.up.pt/fcup/contactos/ficha_pessoal.php?login=fmnoronh
Sobre a presença do Prof. Noronha no Museu do Ferro:
http://parm-moncorvo.blogspot.com/2010/05/alunos-da-fcuportouaveiro-visitam-museu.html
http://parm-moncorvo.blogspot.com/2009/09/palestra-geologia-como-ciencia-forense.html
sábado, 12 de junho de 2010
segunda-feira, 24 de maio de 2010
Palestra "Parque Paleozóico de Valongo", pela Prof. Doutora Helena Couto
Conforme anunciado no post anterior, decorreu ontem, dia 23, no auditório do Museu do Ferro & da Região de Moncorvo, a palestra "Parque Paleozóico de Valongo - exemplo de geoconservação na área metropolitana do Porto", proferida pela Prof. Doutora Helena Couto (professora associada do Departamento de Geociências, Ambiente e Ordenamento do Território da Faculdade de Ciências da Universidade do Porto, e coordenadora científica do Parque Paleozóico de Valongo),

A sessão iniciou-se pelas 15.00 horas, tendo o Dr. Rui Rodrigues, coordenador da secção de geologia do PARM, apresentado a palestrante, e o motivo de oportunidade da palestra, no contexto do lançamento do Roteiro das Minas e Pontos de Interesse Mineiro e Geológico, de que o Parque Paleozóico de Valongo e o Museu do Ferro e da Região de Moncorvo, são parceiros (ver post de 18 de Maio).
Aspecto geral da assistência.
Seguiu-se a intervenção da Prof. Doutora Helena Couto, que começou por referir o processo de criação do Parque Paleozóico, no seguimento de uma candidatura ao programa LIFE (1995), tendo culminado em
Em 2002 foi emitido parecer científico com vista à obtenção da figura de área de paisagem protegida para as Serras de Valongo, tendo em vista a protecção do património geológico, paleontológico, geomineiro e biológico.
Em 2004, foi feita uma proposta mais específica para protecção do património paleontológico, intitulada: “Ordovician fossils from Valongo Anticline”.
Todo este trabalho viria a ser reconhecido através da atribuição de um prémio, em 2003, à Câmara Municipal de Valongo e, em 2005, com o Prémio de Geoconservação PROGEO (prémio a que o município de Torre de Moncorvo também concorreu, em 2008, com o projecto “Museu do Ferro & da Região de Moncorvo”, tendo obtido uma Menção Honrosa).
Uma das trilobites que existem no Parque Paleozóico de Valongo.
Antes de referir as características e os aspectos mais relevantes do Parque (nomeadamente as condições de acesso e visita, os percursos, e o centro de interpretação), e dado que a palestra foi direccionada para um tipo de público não especializado, a autora apresentou uma breve cronologia das eras geológicas, desde o Pré-Câmbrico (542-488 Milhões de anos), pormenorizando de seguida os períodos de que existe um maior conjunto de testemunhos no contexto do Parque, ou seja, o Ordovícico (488-
A assistência observando as cruzianas.
A Doutora Helena Couto explicando as diferenças entre vários tipos de trilobites.
Fotos PARM/MF&RM
quinta-feira, 20 de maio de 2010
terça-feira, 19 de janeiro de 2010
quarta-feira, 4 de novembro de 2009
II Jornada Micológica em Torre de Moncorvo
PROGRAMA:
De manhã:
10;00h – Concentração no Museu do Ferro & da Região de Moncorvo – breve explicação da acção e dos seus objectivos, por parte da organização;
10;15h – Saída a pé em direcção à serra do Roborêdo, pelo caminho da casa florestal (antigo caminho medieval que ia de Torre de Moncorvo para Mós, Freixo de Espada à Cinta, etc.);
Até às 12;00h – observação com colecta selectiva de alguns cogumelos para se classificarem e analisarem na sessão que terá lugar da parte da tarde.
12;30h – Chegada.
Almoço por conta dos participantes, nos locais à sua escolha.
Equipamento: o participante deverá levar calçado apropriado para andar no campo, impermeável e guarda-chuva, se o tempo a isso obrigar; máquina fotográfica; 2 canivetes; se é já um conhecedor de cogumelos e quiser trazer alguns para consumo próprio, deverá levar um saco especial para este efeito; se quiser recolher outros cogumelos para análise na sessão da tarde, deverão estes ser cuidadosamente apartados dos comestíveis – A colecta a realizar deverá ser feita de acordo com o Código de Conduta do Apanhador de Cogumelos, que será distribuído aos participantes.
Da parte da tarde:
14;30h – Encontro dos participantes no Museu do Ferro & da Região de Moncorvo, para assistirem à palestra sobre cogumelos, com projecção de uma apresentação PowerPoint, pelo Engº. Afonso Calheiros e Menezes (engenheiro florestal, técnico superior do PNDI e presidente da Direcção do PARM);
Após a palestra, será feita uma seriação e classificação das espécies recolhidas na acção de campo, com orientação do Engº. Afonso Calheiros e recurso a bibliografia especializada.
Ao final da tarde: Magusto /convívio.
Nota: Pede-se a todos os interessados que se inscrevam até às 17;00 horas do dia 6 de Novembro, através dos contactos habituais.
A organização.
quarta-feira, 28 de outubro de 2009
quarta-feira, 9 de setembro de 2009
Palestra "A Geologia como Ciência Forense"
Seguiu-se uma explicação sintética sobre como a história da Ciência Forense e os métodos e processos de investigação têm evoluido, e sobre o papel das várias ciências físicas, naturais e humanas para o aperfeiçoamento desta ciência, dando-se particular destaque à Geologia. Aqui referiu-se muito pormenorizadamente as aplicações e os contributos da geologia, quer através dos vários tipos de crimes em que pode ser chamada a intervir, (nomeadamente assassínios, assaltos, raptos, fraudes, ou tráfico de droga), assim como as formas concretas de que a Geologia dispõe para os ajudar a solucionar, através da análise de lama, seixos, rocha, partículas minerais, partículas orgânicas, entre outros.
sexta-feira, 28 de agosto de 2009
Palestra "Geologia como Ciência Forense"

segunda-feira, 10 de agosto de 2009
Palestra sobre Património do concelho de Torre de Moncorvo - em jeito de balanço
Aberta a sessão pelos representantes do município (Sr. João Rodrigues, em representação do Sr. Presidente da Câmara) e do PARM (Engº. Afonso Calheiros e Menezes, Presidente da Direcção), seguiram-se as intervenções do Sr. Prof. Doutor Adriano Vasco Rodrigues, Sr. Norberto Santos e Drs. Nelson Campos e Rui Leonardo.
O Professor A. Vasco Rodrigues, Amigo do Museu do Ferro & da Região de Moncorvo, referiu-se aos seus trabalhos pioneiros, em co-autoria com sua esposa, Drª. Maria da Assunção Carqueja (natural do Felgar), sobre a problemática da metalurgia antiga na região, partindo do estudo dos escoriais e da documentação (nomeadamente pergaminhos medievais actualmente guardados no Arquivo Histórico de Torre de Moncorvo), tendo realizado escavações e até uma reconstituição de um forno de fundição, no que pensamos ter sido o primeiro caso de Arqueologia Experimental em Portugal (1963). Referiu-se ainda aos seus trabalhos em colaboração com o insigne epigrafista D. Domingos de Pinho Brandão, no Vale da Vilariça (Missão de estudo arqueológico, em 1962), e a descoberta da ara dedicada a Denso, em Silhades, no vale do Sabor, entre outros valiosos contributos para a arqueologia e história da nossa região.
O Sr. Norberto Santos, filho do Prof. Santos Júnior, residente em Torre de Moncorvo (e também Amigo do Museu do Ferro) relatou algumas andanças de seu pai, nomeadamente em Moçambique, onde partiu uma perna na sequência de um ataque de abelhas bravias, quando procedia ao levantamento de uma gruta com pinturas rupestres. A partir desse acidente o Prof. Santos Júnior passou a ter de usar uma bengala, a qual usava como escala, nos seus registos arqueológicos.
Os organizadores desta sessão fizeram questão de referir ainda o contributo de outros pioneiros da arqueologia da região, como o abade José Augusto Tavares (1868-1935), e, a nível mais local, as recolhas do Dr. Horácio Simões, Sr. Almiro Sotta e Sr. Amílcar Pinto Rebelo. Como parece que em Portugal a memória dos novos investigadores é normalmente curta e não-raro depreciativa relativamente aos contributos anteriores, ao contrário, os investigadores do PARM,querendo marcar a diferença, entendem ser da maior justiça mencionar todo o trabalho anterior, o que possibilitou que a Carta Arqueológica do concelho seja particularmente rica, apesar de muitos dos achados, infelizmente, não se encontrarem na região, devido ao facto de não ter existido, até tempos bem recentes, um Museu local onde essas peças ficassem resguardadas. Foram referidos vários casos de objectos arqueológicos em Museus nacionais, como o Museu Nacional de Arqueologia (onde se encontram os berrões das Cabanas, um dos quais é emblema do PARM, a ara do Baldoeiro, a estela calcolítica do Couquinho e o ídolo de Moncorvo), além de outras peças dispersas pelo Museu Geológico de Portugal, Museu do Abade de Baçal, etc..

Segundo Nelson Campos, o objectivo desta sessão foi também o de se fazer um balanço (ainda que necessariamente breve e muito preliminar) do estado dos conhecimentos sobre o património arqueológico e arquitectónico existente (e identificado até à data) no concelho de Torre de Moncorvo. A partir daí, tentou-se traçar um quadro da ocupação humana do nosso território (que obviamente não se confina às fronteiras artificiais do concelho), pelo menos nos últimos 5.000 anos, já que os dados para épocas anteriores são bastante escassos. Assim, a palestra visava dar um pouco mais de substância à Exposição "VESTÍGIOS...", funcionando como um complemento, ou como outra face de uma mesma moeda, tendo em vista a organização de uma futura sala de Arqueologia & História, prevista desde o início, nos espaços do Museu do Ferro & da Região de Moncorvo.
O mesmo responsável do PARM e do Museu do Ferro referiu os primórdios dos trabalhos de Carta Arqueológica do concelho de Torre de Moncorvo, por si iniciada em 1981, ainda como trabalho pessoal de foro académico, no 1º ano da FLUP, tendo acabado por se incorporar no inventário arqueológico do concelho desenvolvido a partir de 1983, quando o PARM se organizou como grupo (ainda que informal), com vários colegas de curso da mesma Faculdade (Alexandra Lima, Miguel Rodrigues, Paulo Dordio, Ricardo Teixeira, Joaquim Henriques, Paulo Amaral e outros). Colaboraram ainda nesses trabalhos Higino Tavares, Carlos Ferreira, Alberto Castelo, entre outras pessoas que nos forneceram preciosas informações e ofereceram vários objectos arqueológicos. Este registo, com base em prospecções e identificação cartográfica de informações recolhidas, culminaria num primeiro relatório e ficheiro fornecidos à Câmara Municipal de Torre de Moncorvo em 1993, para inclusão no PDM (Plano Director Municipal).
Por solicitação do município de Torre de Moncorvo ao PARM, durante o ano de 2008 procedeu-se à revisão e aditamento do anterior inventário arqueológico do concelho, tendo em vista a revisão do PDM concelhio. Foram entregues em Janeiro de 2009 três volumes (sendo um de Relatório introdutório, chaves de leitura e bilbiografia geral + 2 vols. de ficheiro, incluindo localizações e definição de perímetros de protecção em cartografia digital), tendo-se ampliado consideravelmente o documento anterior, isto apesar de haver consciência de que falta ainda muita coisa, uma vez que, como foi dito, "um inventário arqueológico é um documento sempre em aberto".
A pormenorização das partes constituintes do Inventário Arqueológico do concelho esteve a cargo de Rui Leonardo, licenciado em Arqueologia, membro da Direcção do PARM e que também trabalhou nesta fase de revisão do dito Inventário. Foi dada a conhecer a ficha de levantamento utilizada e substancialmente melhorada em relação à versão anterior, referindo-se cada um dos campos, além de todos os processos metodológicos que estiveram na base do trabalho.
Em jeito de síntese, foi referido que o ficheiro do inventário do concelho entregue para o novo PDM, incluía um total de 165 sítios arqueológicos e outros valores patrimoniais (incluindo a área do Douro classificada como Património Mundial/Alto Douro Vinhateiro, na freguesia da Lousa). Não se entrou em detalhes na área do vale do Sabor, onde se realizaram estudos de pormenor por outras equipas a soldo da EDP, visto que, como será uma área a ser submersa pela albufeira de uma grande barragem, não fazia sentido incluir a totalidade dos sítios detectados num documento que se pretende de gestão futura do território (solo utilizável), como é o PDM. Em todo o caso, como foi dito, esse registo poderá ser incluído na publicação final, como forma de se entender a totalidade do património e a articulação das redes de povoamento numa visão mais global.
Em termos de património classificado, foi referido que existem 3 Monumentos Nacionais (igreja matriz de Torre de Moncorvo, igreja matriz de Adeganha e ruínas de Santa Cruz da Vilariça), 14 Imóveis de Interesse Público (com predomínio de capelas, embora com dois sítios arqueológicos e ainda os vestígios do castelo de Mós) e ainda uma pequena extensão do Património Mundial equivalente à paisagem cultural do Alto Douro Vinhateiro, na vertente sul da freguesia da Lousa. Estão em vias de classificação há vários anos, o sítio arqueológico de Silhades (Felgar), que, pelos vistos, acabará submerso pela albufeira do baixo Sabor, as peças originais do chafariz filipino recolocado há poucos anos na praça Francisco Meireles, e a igreja matriz do Larinho, proposta pelo PARM. Foi ainda sob proposta ou em colaboração com o PARM que se classificaram os sítios arqueológicos do Baldoeiro e Alfarela e o santuário do Santo Apolinário de Urros, além da proposta (que não se efectivou) do conjunto arqueológico e edificado de Silhades.
No final, Nelson Campos apresentou uma tentativa de síntese cartográfica dos sítios arqueológicos conhecidos por períodos e tipologia, desde a pré-história recente ao período medieval, evidenciando os modelos de povoamento característicos das diferentes fases.
Se, por um lado, se detectaram algumas constantes entre o povoamento da Pré-história Recente e a Idade do Ferro em relação aos períodos posteriores a correlação continua a notar-se em vários pontos, embora sem uma sobreposição exacta, entre o período dito "castrejo" (Idade do Ferro) e a época romana, em que se nota, tal como em muitos casos no Noroeste, uma "descida" dos habitantes indígenas dos seus promontórios fortificados para os povoados romanos ("villas" ou "vicus") em zonas abertas, de vale. Poucos são aqui os "castros" em que se encontram vestígios abundantes da época romana no interior dos seus recintos.
Do mesmo modo, o período pós-"Reconquista" parece fazer deslocar o povoamento, de novo, para os pontos mais altos e defensáveis. Feito o balanço da ocupação medieval, foi abordada a questão específica dos escoriais de ferro, que vão desde as coincidências com vestígios desde a época romana até ao período medieval e posteriores. Só escavando esses escoriais se podem "afinar" as cronologias e também saber mais sobre os processos tecnológicos - outra grande via de pesquisa, segundo o PARM. Foram referidos, neste passo, além dos estudos pioneiros do professor Adriano Vasco Rodrigues, os últimos trabalhos do Sr. Prof. Engº. (jubilado) Horácio Maia e Costa, em vias de publicação. Tivemos a honra de acompanhar as recolhas que fez, no terreno, no ano passado, tendo-nos o autor já comunicado os resultados preliminares, com muitas novidades interessantes, pelo que se impõe a classificação de todos os escoriais de ferro do concelho, pelo menos e para já, como Valores Concelhios.
Várias outras conclusões foram tiradas, além do alerta que foi deixado para a necessidade de preservação destes vestígios, como um imperativo de cidadania, pois são estes testemunhos, frágeis em muitos casos, que nos permitem responder à grande questão: quem somos e para onde vamos? N. Campos disse ainda, apontando para o computador portátil, que somos como esta máquina: sem memória não funcionamos; uma sociedade desmemorializada, seria uma sociedade amnésica, alzheimerizada, sem consciência de si própria, uma não-sociedade, ou no mínimo, uma sociedade de seres irracionais. Daí a importância da preservação destes "VESTÍGIOS...", podendo ser o PDM um grande instrumento para esse efeito, dentro de uma política de gestão coerente do território.
Foi ainda dito que sem o apoio da autarquia de Torre de Moncorvo, não só de agora, mas ao longo de todos estes anos, este trabalho não seria possível, pois o amor à camisola dos membros do PARM, não seria suficiente. Esta mesma ideia foi expressa pelo Professor Adriano Vasco Rodrigues, que felicitou o PARM por todo o trabalho realizado e por estas iniciativas.
Há ainda a referir o apoio que foi dado, noutros tempos e para trabalhos de campo, pelo ex-IPPC, depois IPPAR, e ex-FAOJ, depois IPJ (Instituto Port. da Juventude).
A terminar, os presentes puderam visionar uma apresentação de imagens de diversos sítios arqueológicos e outros valores patrimonais do concelho de Torre de Moncorvo, montada por Rui Leonardo, com imagens do Arquivo Fotográfico do PARM, algumas com mais de 20 anos. Assim, alguns desses vestígios, nomeadamente de velhos caminhos medievais, já foram irremediavelmente perdidos, tendo apenas ficado silenciosas fotografias a preto e branco. Algumas dessas mesmas imagens podem ser apreciadas na Exposição "VESTÍGIOS... " que continua patente no auditório do Museu do Ferro & da Região de Moncorvo, aguardando a sua visita!
sexta-feira, 31 de julho de 2009
Palestra Património Arquitectónico e Arqueológico de Moncorvo

Não percam no próximo sábado, dia 8 de Agosto, pelas 16.00 horas, a palestra "PATRIMÓNIO ARQUEOLÓGICO e Arquitectónico da Região de Moncorvo", pelos nossos consócios Nelson Campos e Rui Leonardo, a qual terá lugar no Auditório do Museu do Ferro & da Região de Moncorvo.
Esta palestra tem por base os dados recolhidos ao longo de mais de 25 anos de actividade da associação PARM, tendo sido recentemente (2008) compulsados e acrescentados no âmbito da revisão do Inventário Arqueológico do Concelho, com vista à sua inclusão no PDM (Plano Director Municipal).
Contamos com a vossa presença!
segunda-feira, 29 de junho de 2009
quarta-feira, 27 de maio de 2009
Palestra "Sismologia: Princípios e Aplicações"
Marquem já nas vossas agendas!
Como é sabido, encontramo-nos numa zona em que episodicamente se regista alguma sismicidade, com origem no grande acidente geomorfológico e tectónico que é a falha da Vilariça.
Estão historicamente documentados alguns sismos na nossa região, alguns com repercussões nas estruturas da igreja matriz de Torre de Moncorvo, como foi o ocorreu há 151 anos, num dia de S. José.
Quando já tínhamos decidido convidar a especialista nesta matéria, Dra. Patrícia Santos, ocorreu o grande sismo de Itália (do dia 6 de Abril).
Em tempos existiu uma estação sismográfica na serra do Roboredo, ao que parece hoje desactivada.
Assim, pela pertinência deste tema, a Secção de Geologia do PARM, coordenada pelo nosso consócio Dr. Rui Rodrigues, convidou a Dra. Patrícia Santos para nos falar sobre esta matéria, no próximo dia 6 de Junho, no Museu do Ferro & da Região de Moncorvo.
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Sobre a Conferencista:
Patrícia Santos, é licenciada em Geologia, na FCUP - Faculdade de Ciências da Universidade do Porto (2004), com pós-graduação em Prospecção e Avaliação de Recursos Geológicos, na FCUP (2006), e encontra-se na actualidade a desenvolver os estudos para a dissertação de doutoramento, sendo bolseira, desde 2006, da Fundação para a Ciência e Tecnologia, com o tema "Cartografia de espessuras de alteração numa zona piloto da margem do Douro através de Métodos Sísmicos: implicações para o Ordenamento do Território", na Faculdade de Ciências da Universidade do Porto.
É autora e co-autora de diversos artigos científicos relacionados com a temática de que nos vai apresentar no próximo dia 6 de Junho.