A sessão teve início pelas 15.30h, com as intervenções de boas-vindas pelo Sr. João Rodrigues (em representação da CMTM), Dr. Nelson Campos (MF&RM), e Dr. Rui Sousa e Rodrigues (coordenador da secção de Geologia do PARM). Ao Dr. Rui Rodrigues coube também a apresentação do palestrante, que o definiu, em primeiro lugar como "um Homem da Cultura".
Apresentação do orador, Prof. Doutor Fernando Noronha
Seguiu-se a intervenção do Doutor Fernando Noronha, que começou por referir as razões que o levaram a trazer este tema tão específico a Moncorvo, considerando que este - a interdisciplinareidade da Geologia com a Ciência Forense - era um nicho de mercado que se encontra em implementação, e com um futuro promissor, pois tem-se tornado cada vez mais útil à sociedade. Referiu muito particularmente o papel importante que tem vindo a ser desempenhado pelo GIGPAF - Grupo de Investigação em Geologia e Palinologia Forenses, afecto à Faculdade de Ciências da Universidade do Porto.
Seguiu-se uma explicação sintética sobre como a história da Ciência Forense e os métodos e processos de investigação têm evoluido, e sobre o papel das várias ciências físicas, naturais e humanas para o aperfeiçoamento desta ciência, dando-se particular destaque à Geologia. Aqui referiu-se muito pormenorizadamente as aplicações e os contributos da geologia, quer através dos vários tipos de crimes em que pode ser chamada a intervir, (nomeadamente assassínios, assaltos, raptos, fraudes, ou tráfico de droga), assim como as formas concretas de que a Geologia dispõe para os ajudar a solucionar, através da análise de lama, seixos, rocha, partículas minerais, partículas orgânicas, entre outros.
A plateia no início da actividade.
A segunda parte da palestra consistiu em enumerar os principais meios de diagnóstico à disposição do geólogo forense para a análise das "evidências"/provas, nomeadamente espectómetros, microscopia (particularmente a microscopia electrónica de varrimento), difracção por raios X, tendo particular destaque a microssonda Raman, já que permite efectuar análises não destrutivas.
Foram, apresentados vários casos práticos onde a Geologia Forense desempenha um papel importante, nomeadamente a identificação da genuinidade/falsificação de certos objectos, como por exemplo pedras preciosas, obras de arte, mas também materiais de uso corrente, como os cheques, notas, etc..
Por fim, foi referido que a Geologia Forense é um ramo da Geologia em franco crescimento, tendo-se já publicado vários artigos científicos, e estando em curso um pós-doutoramento sobre o assunto. Foi particularmente valorizada a relevância da cooperação das várias ciências para o progresso do conhecimento pela Humanidade.
(Fotos PARM/MF&RM)
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