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sexta-feira, 18 de setembro de 2015

JEP - JORNADAS EUROPEIAS DE PATRIMÓNIO - Dia 25 de Setembro: Museu do Ferro & da Região de Moncorvo em comemoração conjunta com a Rede de Museus do Douro


As JEP's (Jornadas Europeias do Património) são uma iniciativa anual do Conselho da Europa e União Europeia, procurando destacar a herança comum do velho continente e desse modo procurando sensibilizar os cidadãos para a importância do Património Cultural. A nível nacional, a coordenação geral pertence à DGPC (Direcção Geral do Património Cultural), sendo depois desenvolvidas as iniciativas por diversas entidades.

O tema escolhido para este ano foi o Património Industrial e Técnico, em que naturalmente se insere o património mineiro.

Tendo em conta os tempos de crise, pensamos que a convergência de esforços permite uma melhor rentabilização dos recursos e, também, chegar a um maior número de pessoas, promovendo a nossa terra e a região duriense em que nos inserimos. 

Assim, o Museu do Ferro & da Região de Moncorvo (gerido pelo PARM em protocolo com o Município de Torre de Moncorvo), acedeu à proposta do Museu do Douro, para integrar uma parceria comemorativa destas Jornadas, as quais decorrerão entre os dias 25 e 27 de Setembro.

No dia 25/09, o dia será dedicado ao nosso concelho, com início na Estação do Pocinho, onde decorre uma visita guiada à estação por técnicos da CP e IP, seguindo-se depois para as minas da Carvalhosa (freguesia de Felgar, concelho de T. Moncorvo), Museu do Ferro & da Região de Moncorvo, com passagem pelo Centro Histórico e pela resistente Tipografia Globo, já ela um monumento técnico que ainda resiste à voragem das novas tecnologias.

Aqui fica programa conjunto do Museu do Douro, Museu do Ferro e da Região de Moncorvo, Museu Nacional Ferroviário, Museu de Geologia Fernando Real, a CP – Comboios de Portugal, EDP – Energias de Portugal, IP – Infraestruturas de Portugal e UTAD – Universidade de Trás os Montes e Alto Douro para as Jornadas Europeias do Património 2015:

Jornadas Europeias do Património 2015
25, 26 e 27 Setembro
Tema: Património Industrial e Técnico
Subtemas: Minas, Barragens e Comboios

O património cultural, industrial e técnico proporciona-nos informação preciosa sobre de onde viemos e como chegamos até aos dias de hoje, e, como tal, pode contribuir para dar às comunidades um sentido na afirmação da sua identidade e coloca-las no mapa da história dos lugares e do território.

As Jornadas Europeias do Património, iniciativa anual do Conselho da Europa e da União Europeia que envolve cerca de 40 países, terão lugar nos dias 25, 26 e 27 de setembro, este ano subordinadas ao tema "Património Industrial e Técnico", que tem como objetivo a sensibilização dos cidadãos para a importância da proteção e valorização do Património. Este tema, que remete-nos para um vasto conjunto do nosso património, está permanentemente presente no nosso quotidiano, envolvendo-nos a todos, e deixando-nos um legado que se revela em fábricas, pontes, moinhos, canais, linhas de caminho-de-ferro, lojas, vilas operárias, minas,  portos, património da água e da luz, pequenas indústrias artesanais, arquivos públicos e empresariais, entre muitas outras realizações da indústria e da técnica, alguns ainda em uso e outros abandonados ou já reutilizados, todos eles testemunho do engenho, do progresso, do desenvolvimento e criatividade de gerações passadas que nela participaram, enquanto trabalhadores, empresários e utilizadores dos bens que o processo de industrialização foi pondo à sua disposição.

Neste contexto, e reconhecendo a importância desta iniciativa, o Museu do Douro, o Museu do Ferro e da Região de Moncorvo, o Museu Nacional Ferroviário, o Museu de Geologia Fernando Real, a CP – Comboios de Portugal, a EDP – Energias de Portugal, o IP – Infraestruturas de Portugal e aUTAD – Universidade de Trás os Montes e Alto Douro promovem um programa  de atividades conjunto com o subtema “Minas, Barragens e Comboios”, que visa divulgar lugares e infraestruturas no território, obras de engenharia e arquitetura, registos e memórias de pessoas. Esta atividade tem o apoio daCâmara Municipal de Torre de Moncorvo e da Rede de Museus do Douro–MuD.
PROGRAMA
25 SET 2015 [Minas]
09h09 Partida de comboio | estação da Régua
10h34 Chegada à estação do Pocinho
             Visita à estação do Pocinho*
12h00 Visita às Minas de Ferro, Torre de Moncorvo, orientada por Elisa Preto Gomes e Emílio Evo Urbano
13h00 Almoço [LIVRE]
14h30 Visita ao Museu do Ferro, Centro Histórico de Torre de Moncorvo e Tipografia Globo, orientada por Nelson Rebanda
17h22 Partida de comboio | estação do Pocinho
18h45 Chegada à estação da Régua
INSCRIÇÃO: € 7,00 [adultos] | € 3,50  [crianças**]
26 SET 2015 [Barragens]
09h00 Partida de autocarro, Museu do Douro, Peso da Régua
11h00 Visita ao Aproveitamento Hidroelétrico de Picote, acolhimento e visita  EDP
13h15 Almoço [LIVRE]
14h30 Visita ao Bairro Operário do Barrocal do Douro
16h00 Visita ao Miradouro da Penha do Puio e o EcoMuseu em Picote, orientada por Elisa Preto Gomes e António Bárbolo
17h00 Regresso a Peso da Régua
19h00 Chegada a Peso da Régua

INSCRIÇÃO: € 12,50  [adultos] | € 5,00 [crianças**]
27 SET 2015 [Comboio]
11h00 Visita ao Museu do Douro | Peso da Régua
13h00 Almoço [LIVRE]
14h30 Visita à mostra temporária do Museu Nacional Ferroviário | estação de comboios da Régua
             Visita à estação de comboios da Régua*
15h22 Viagem no Comboio Histórico
18h32 Chegada à estação da Régua
INSCRIÇÃO:  € 17,50 [adultos] | € 7,50 [crianças**]
INSCRIÇÃO:  3 dias: € 35,00 [adultos] | € 13,50  [crianças**]

* visitas às estações de comboios orientadas por Ana Sousa e Paula Azevedo
**crianças 4 - 11 anos
INSCRIÇÕES ATÉ 18 DE SETEMBRO.
A inscrição é obrigatória e poderá ser efetuada através do website do Museu do Douro ou do link http://goo.gl/forms/a4onVXhva2 até ao próximo dia 18 de setembro.

quarta-feira, 20 de fevereiro de 2008

Registo fotográfico e filmagem da Tipografia Globo (Torre de Moncorvo), no contexto do projecto: “Profissões, Actividades e Artes Tradicionais”


Procurando registar as histórias de vida de pessoas comuns, assim como processos técnicos em vias de desaparecimento por motivos de evolução da técnica (o fatal Progresso!), ou em resultado da desertificação humana que atinge interior de modo geral, o PARM pretende desenvolver um projecto de trabalho intitulado: “Profissões, Actividades e Artes Tradicionais de base rural, artesanal e industrial em vias de extinção”.

Neste projecto cabem os levantamentos já iniciados sobre os Ferreiros e Mineiros da região, que, como seria de esperar, devido à temática do Museu do Ferro, serão alvo de inquéritos mais sistemáticos e desenvolvidos. No entanto, há que não esquecer as histórias de vida das pessoas que viveram ou vivem da lavoura, da pastorícia, ou de actividades como pedreiros, carpinteiros, sapateiros, cesteiros, padeiras, doceiras/cobrideiras de amêndoa, ou outras.

Neste caso, em “outras”, incluímos uma actividade que já existiu num período florescente da história de Torre de Moncorvo, nos finais do século XIX/inícios do séc. XX (quando se chegou a publicar mais do que um jornal nesta vila) e que, tendo passado, voltou a ressurgir na 2ª. metade da década de 70 do séc. XX.

Anúncio publicitário da Tipographia do jornal O Moncorvense, de 28.10.1894, sita na Rua do Cano (actual R. Visconde de Vila Maior)


Anúncio da Typographia de Accacio de Sousa Pennas, sita no Largo General Claudino, em Torre de Moncorvo, publicado no jornal Torre de Moncorvo, cerca do ano 1900.

Estamos a falar, como já perceberam, da nobre arte da tipografia, que regressou a Torre de Moncorvo com a Tipografia Torre, por volta de 1978, localizada no Largo Diogo de Sá, pela mão da sociedade Irmãos Afectos (“retornados” de Moçambique), tendo como tipógrafo o Sr. José Martins (conhecido por Zé Carmachinho, devido a uma alcunha familiar), também ele “retornado” de África.

A tipografia Torre foi depois adquirida por um empresário do sector, sedeado em Mirandela, que para aqui destacou como funcionário o Sr. Tony, o qual viria a transferir a tipografia para o local onde ainda se encontra, na rua Visconde de Vila Maior, mudando-lhe o nome para Tipografia Globo. Entretanto, antes ainda dessa transferência, entrou para a tipografia o Sr. Manuel Barros, actual proprietário (desde 1992), trabalhando com ele outro profissional, o Sr. Morais, também já com longos anos de casa.

Logotipo actual da Tipografia Globo.


Possuindo duas máquinas impressoras Heidelberg, datáveis da 2ª. metade dos anos 50 do século XX, a tipografia Globo utiliza ainda os métodos de composição tipográfica no exacto sentido da palavra, ou seja, utilizando “tipos” (caracteres ou letras às avessas, moldadas em ligas de chumbo e níquel), os quais são alinhados manualmente, num trabalho de perícia e paciência, requerendo uma boa visão. Feitos os ajustamentos da composição dentro de um aro em ferro chamado “rama”, e metido o conjunto na chamada “almofada” da impressora, é um verdadeiro espectáculo ver e ouvir o matraqueado da máquina, puxando as folhas de papel, atirando-as contra a “almofada” onde são tintadas, e arrumando-as lateralmente. É o momento sublime, quando a tipografia se carrega de uma atmosfera mágica, envolta no característico cheirinho a tinta fresca…

Sr. Manuel Barros, inserindo a "chapa" na máquina impressora.

Há depois os “acabamentos” como os cortes em guilhotina eléctrica, a agrafagem, em máquina também eléctrica. Aqui se imprimem sobretudo livros de facturas, ou outros impressos de escrituração comercial, cartazes, folhetos, etc..

No dia 18 de Fevereiro de 2008, aproveitando o ensejo de um trabalho jornalístico realizado pela repórter e jornalista Carla Gonçalves (do Mensageiro Notícias) uma equipa do PARM procedeu a um registo fotográfico e em vídeo digital do funcionamento desta tipografia, através do depoimento dos Srs. Manuel Barros e Morais, a quem agradecemos esta oportunidade de perscrutar uma arte fascinante, embora em risco de soçobrar por falta de rendimento suficiente. Por este motivo, apelamos aos nossos sócios para que divulguem e encaminhem trabalhos para a tipografia Globo, porque ela é um património vivo da nossa vila e, como tal, deveria ser classificada como Valor Concelhio.

Sr. Morais organizando os "tipos" no momento da "composição".