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quarta-feira, 8 de setembro de 2010

Palestra "Os xistos de Trás-os-Montes como recurso geológico"

No passado sábado, dia 4 de Setembro, teve lugar no auditório do Museu do Ferro & da Região de Moncorvo (MF&RM), a palestra "Os Xistos de Trás-os-Montes como recurso geológico", proferida pelo Prof. Doutor Fernando Noronha, da Faculdade de Ciências da Universidade do Porto.



A sessão teve início pelas 15.30 horas, com a sessão de boas vindas pelo Sr. João Rodrigues (em representação do Município de Torre de Moncorvo) e pelo Dr. Nelson Campos (em representação do PARM). Seguiu-se a apresentação do palestrante pelo Dr. Rui Rodrigues (coordenador da secção de Geologia do PARM), tendo referido que o Doutor Noronha visita o MF&RM regularmente, sendo já conhecido da maior parte da assistência, sendo sempre um prazer ouvir as temáticas que apresenta.



O Prof. Doutor Fernando Noronha, começou por agradecer ao Município de Torre de Moncorvo e ao PARM a sua presença no MF&RM, pelo terceiro ano consecutivo, trazendo desta vez um tema muito caro à sua investigação - os xistos transmontanos. Começou por referir que o xisto era um material muito usado na construção sobretudo no Norte e Centro de Portugal, tendo a sua utilização vindo a decair a partir da segunda metade do séc. XX, por ter sido considerado um material pouco nobre, situação que se começa a inverter.



Dada a sua relevância foi aprovado um projecto de I&D ao FCT (Fundação para a Ciência e Tecnologia) denominado Projecto "SCHIST Resource", coordenado por si e com participação das Universidades do Porto, Évora e pelo Laboratório Nacional de Engenharia e Geologia (LNEG). Este projecto tem como objectivos essenciais: a) caracterizar os principais locais de exploração; b) cartografar detalhadamente esses locais; c) efectuar análises petrográficas e químicas, bem como testes físicos e mecânicos, com vista a estudar a viabilidade da sua exploração e as possibilidades de utilização/aplicação.



A área inicialmente estudada por este projecto corresponde precisamente ao Nordeste de Portugal (Trás-os-Montes e Alto Douro), tendo sido estudadas as seguintes pedreiras: Tanha (distrito de Vila Real), Poio (V. N. Foz Côa), Nozelos (Torre de Moncorvo) e Eucísia (Alfândega da Fé), Zebras (Mirandela), Deilão (Bragança). De seguida o autor passou a descrever pormenorizadamente os aspectos técnicos e as propriedades específicas de cada tipo de xisto, nos locais referidos, bem como as possibilidades da sua aplicação, apresentando exemplos de boas práticas na sua utilização em edifícios transmontanos, terminando a sua apresentação salientando a necessidade de valorização e utilização dos recursos nacionais (que em muitos casos são melhores) em detrimento de recursos geológicos estrangeiros.



Seguiu-se um breve período de debate onde o Prof. Doutor Noronha esclareceu algumas dúvidas do público presente (25 participantes) que apreciaram mais uma palestra extraordinária proferida pelo Doutor Noronha.

Fotos PARM

quarta-feira, 1 de setembro de 2010

Palestra "Os Xistos de Trás-os-Montes como recurso geológico"

Resumo: A abundância de afloramentos de xisto nas regiões do Nordeste e Centro de Portugal fizeram desta rocha, no passado, um material de construção comum. Está em curso um projecto I&D da FCT, que tem como objectivo a caracterização estrutural, mineralógica, petrográfica e tecnológica de ocorrências de xisto no NE de Portugal e a promoção das rochas xistentas como um recurso geológico. Nesta contribuição apresentamos alguns exemplos de estudo de litologias de diferentes contextos geológicos e com diferentes características.

SOBRE O AUTOR: Geólogo, Professor Catedrático e investigador do Departamento de Geologia da Faculdade de Ciências da Universidade do Porto, com importantes estudos realizados no âmbito da Geologia, nomeadamente geologia aplicada (geologia económica e geologia forense)

Ver mais: http://www.fc.up.pt/fcup/contactos/ficha_pessoal.php?login=fmnoronh

Sobre a presença do Prof. Noronha no Museu do Ferro:

http://parm-moncorvo.blogspot.com/2010/05/alunos-da-fcuportouaveiro-visitam-museu.html

http://parm-moncorvo.blogspot.com/2009/09/palestra-geologia-como-ciencia-forense.html

segunda-feira, 30 de agosto de 2010

Ciência Viva - Geologia no Verão em Moncorvo

Decorreram no passado fim de semana (sexta-feira e sábado) as duas actividades promovidas pelo PARM no âmbito do Programa Ciência Viva - Geologia no Verão.

Ciência Viva 2010 - Fraga do Arco

A primeira actividade teve lugar no dia 27 de Agosto, pelas 15.00 horas, subordinada ao tema: "Os quartzitos ordovícicos: cavidades naturais (Fraga do Arco), cruzianas e outras estruturas". A orientação desta actividade ficou a cargo do geólogo Dr. Rui Rodrigues, tendo contado com vários participantes nacionais e estrangeiros - Espanha, Reino Unido e Itália.

Ciência Viva 2010 - Minas de Ferro do Roboredo

No dia 28 de Setembro, teve lugar a segunda das actividades programadas, com visita às Minas de Ferro do Roboredo: Exploração mineira e bairro da Ferrominas e Cabeço da Mua. A orientação desta actividade ficou a cargo dos Drs. Rui Rodrigues, Nelson Campos e Rui Leonardo, e com a colaboração do Eng.º Afonso Calheiros e Menezes, Presidente da Direcção do PARM (explicação da flora e fauna da região) e do Dr. Higino Tavares, sócio do PARM. A acção esgotou a lotação (30 pessoas), tendo participantes do concelho de Torre de Moncorvo, de outros pontos do país e também de Espanha, Reino Unido e Itália.

As fotogafias dos eventos estão disponíveis no Picasa, podendo aceder a elas através das imagens acima apresentadas.

A organização agradece aos participantes, apoiantes (MF&RM e CMTM) e colaboradores (Srs. Hélder e Luís Ferreira) das duas actividades.

Aproveitamos para solicitar a todos os participantes que fizeram um registo fotográfico da acção, caso o entenderem, que nos façam chegar fotografias com os melhores pormenores, com o objectivo de integrarem o Relatório Final do Programa, sendo também publicados neste local, com os direitos de autor devidamente salvaguardados.

quinta-feira, 20 de maio de 2010

quarta-feira, 9 de setembro de 2009

Palestra "A Geologia como Ciência Forense"

Tal como foi previamente anunciado, decorreu no passado Domingo, dia 6 de Setembro, a palestra "A Geologia como Ciência Forense", pelo Prof. Doutor Fernando Noronha, no Auditório do Museu do Ferro & da Região de Moncorvo.

Abertura da sessão
A sessão teve início pelas 15.30h, com as intervenções de boas-vindas pelo Sr. João Rodrigues (em representação da CMTM), Dr. Nelson Campos (MF&RM), e Dr. Rui Sousa e Rodrigues (coordenador da secção de Geologia do PARM). Ao Dr. Rui Rodrigues coube também a apresentação do palestrante, que o definiu, em primeiro lugar como "um Homem da Cultura".

Apresentação do orador, Prof. Doutor Fernando Noronha
Seguiu-se a intervenção do Doutor Fernando Noronha, que começou por referir as razões que o levaram a trazer este tema tão específico a Moncorvo, considerando que este - a interdisciplinareidade da Geologia com a Ciência Forense - era um nicho de mercado que se encontra em implementação, e com um futuro promissor, pois tem-se tornado cada vez mais útil à sociedade. Referiu muito particularmente o papel importante que tem vindo a ser desempenhado pelo GIGPAF - Grupo de Investigação em Geologia e Palinologia Forenses, afecto à Faculdade de Ciências da Universidade do Porto.

O Doutor Fernando Noronha no uso da palavra.

Seguiu-se uma explicação sintética sobre como a história da Ciência Forense e os métodos e processos de investigação têm evoluido, e sobre o papel das várias ciências físicas, naturais e humanas para o aperfeiçoamento desta ciência, dando-se particular destaque à Geologia. Aqui referiu-se muito pormenorizadamente as aplicações e os contributos da geologia, quer através dos vários tipos de crimes em que pode ser chamada a intervir, (nomeadamente assassínios, assaltos, raptos, fraudes, ou tráfico de droga), assim como as formas concretas de que a Geologia dispõe para os ajudar a solucionar, através da análise de lama, seixos, rocha, partículas minerais, partículas orgânicas, entre outros.

A plateia no início da actividade.
A segunda parte da palestra consistiu em enumerar os principais meios de diagnóstico à disposição do geólogo forense para a análise das "evidências"/provas, nomeadamente espectómetros, microscopia (particularmente a microscopia electrónica de varrimento), difracção por raios X, tendo particular destaque a microssonda Raman, já que permite efectuar análises não destrutivas.
Foram, apresentados vários casos práticos onde a Geologia Forense desempenha um papel importante, nomeadamente a identificação da genuinidade/falsificação de certos objectos, como por exemplo pedras preciosas, obras de arte, mas também materiais de uso corrente, como os cheques, notas, etc..
Por fim, foi referido que a Geologia Forense é um ramo da Geologia em franco crescimento, tendo-se já publicado vários artigos científicos, e estando em curso um pós-doutoramento sobre o assunto. Foi particularmente valorizada a relevância da cooperação das várias ciências para o progresso do conhecimento pela Humanidade.

A assistência no período de debate.

O período de debate, no final, foi particularmente participado, com a apresentação de dúvidas e de vários casos práticos que mereceram a maior atenção do palestrante. Esta foi uma actividade que contou com cerca de trinta participantes, da região e de outros pontos do país que, decerto, apreciaram devidamente esta palestra extraordinária, isto é, ao nível que o Doutor Noronha nos habituou.
(Fotos PARM/MF&RM)

quarta-feira, 2 de setembro de 2009

segunda-feira, 31 de agosto de 2009

Ciência Viva no Verão - Minas da Carvalhosa

O PARM realizou, no passado sábado, a segunda de três actividades relacionadas com o Programa Ciência Viva no Verão, desta vez nas minas de ferro de Moncorvo - zona da Carvalhosa. A orientação da sessão ficou a cargo dos Drs. Nelson Campos e Rui Leonardo, e com a excelente colaboração do geólogo, Dr. Higino Tavares.

Aqui ficam as imagens do evento que reuniu 30 pessoas de vários pontos do país, preenchendo a totalidade das vagas. Agradecemos, desde já, a sua participação.







(imagens: Arquivo PARM)

Para saber mais sobre as minas de Moncorvo, ver a excelente reportagem de autoria de Lígia Meira e Marcos Prata, para a Localvisão

sexta-feira, 28 de agosto de 2009

Palestra "Geologia como Ciência Forense"



Convidam-se todos os interessados para assistirem à palestra "A Geologia como Ciência Forense", pelo Prof. Doutor Fernando Noronha, no próximo dia 6 de Setembro (Sábado), pelas 15.30 horas, no Auditório do Museu do Ferro & da Região de Moncorvo.


O Prof. Doutor Fernando Noronha, é Professor Catedrático da Faculdade de Ciências da Universidade do Porto, com vasta obra publicada no âmbito da Geologia. Temos a honra de o receber, pelo segundo ano consecutivo, no Museu do Ferro com uma palestra de particular relevância. Recorde-se que no ano transacto proferiu a palestra "Jazigos de Ferro Portugueses", com grande destaque para o Jazigo de Ferro de Moncorvo.

Contamos com a vossa presença e a melhor divulgação deste evento!

segunda-feira, 24 de agosto de 2009

Ciência Viva no Verão - Fraga do Arco

No passado sábado, dia 22 de Agosto, teve lugar a primeira das três actividades programadas pelo PARM para o Programa Ciência Viva no Verão 2009, que se centrou na Fraga do Arco, em Maçores.
A explicação geológica ficou a cargo do geólogo Dr. Rui Sousa e Rodrigues, que demonstrou como teria origem a formação quartzítica que consitui este monumento geológico.
Aqui ficam as imagens do evento que contou com a participação de 20 pessoas, originárias do concelho de Moncorvo, assim como de outros pontos do país.
A organização agradece aos participantes todo o empenho e interesse demonstrado no decorrer da acção.

A fraga do Arco, vista do ponto de explicação da formação quartzítica, onde se insere.

Os participantes atentos à explicação do Dr. Rui Sousa e Rodrigues



A chegada...


Fotografia de grupo com os participantes da acção.

Os jovens na Fraga.


Um momento de descanso e de apreciação da envolvente...


Formação quartzítica que se encontra defronte da fraga do Arco,
na margem direita do ribeiro de Vale de Cerejais.
(Fotos: Arquivo do PARM)

terça-feira, 18 de agosto de 2009

Programa Ciência Viva - Geologia e Biologia no Verão 2009

Pelo terceiro ano consecutivo o PARM organiza actividades no âmbito do Programa Ciência Viva. No corrente ano decidimos organizar uma actividade no âmbito da Biologia no Verão, associada a outras duas relacionadas com a Geologia.

A inscrição nas actividades é obrigatória, com o máximo de 30 participantes por actividade. Podem efectuar as inscrição através dos seguintes meios:

- Museu do Ferro & da Região de Moncorvo, no Largo Dr. Balbino Rego
- pelo telefone: 279 252 724
- por e-mail: parmoncorvo@gmail.com ou museu-ferro@hotmail.com
- pelo site do Programa Ciência Viva: http://www.cienciaviva.pt/veraocv/2009/

Recomendamos aos participantes trazerem roupa e calçado apropriado, bem como protector solar, dada as elevadas temperaturas e intensidade do raios ultra-violetas.

Contamos com a vossa participação e a melhor divulgação deste evento!

quarta-feira, 27 de maio de 2009

Palestra "Sismologia: Princípios e Aplicações"

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Marquem já nas vossas agendas!

Como é sabido, encontramo-nos numa zona em que episodicamente se regista alguma sismicidade, com origem no grande acidente geomorfológico e tectónico que é a falha da Vilariça.
Estão historicamente documentados alguns sismos na nossa região, alguns com repercussões nas estruturas da igreja matriz de Torre de Moncorvo, como foi o ocorreu há 151 anos, num dia de S. José.

Quando já tínhamos decidido convidar a especialista nesta matéria, Dra. Patrícia Santos, ocorreu o grande sismo de Itália (do dia 6 de Abril).

Em tempos existiu uma estação sismográfica na serra do Roboredo, ao que parece hoje desactivada.

Assim, pela pertinência deste tema, a Secção de Geologia do PARM, coordenada pelo nosso consócio Dr. Rui Rodrigues, convidou a Dra. Patrícia Santos para nos falar sobre esta matéria, no próximo dia 6 de Junho, no Museu do Ferro & da Região de Moncorvo.
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Sobre a Conferencista:

Patrícia Santos, é licenciada em Geologia, na FCUP - Faculdade de Ciências da Universidade do Porto (2004), com pós-graduação em Prospecção e Avaliação de Recursos Geológicos, na FCUP (2006), e encontra-se na actualidade a desenvolver os estudos para a dissertação de doutoramento, sendo bolseira, desde 2006, da Fundação para a Ciência e Tecnologia, com o tema "Cartografia de espessuras de alteração numa zona piloto da margem do Douro através de Métodos Sísmicos: implicações para o Ordenamento do Território", na Faculdade de Ciências da Universidade do Porto.

É autora e co-autora de diversos artigos científicos relacionados com a temática de que nos vai apresentar no próximo dia 6 de Junho.

quarta-feira, 4 de março de 2009

Palestra "Pegmatitos: de Trás-os-Montes até sua casa"


Junto temos a honra de convidar todos os sócios do PARM e leitores do blog, para assistirem à palestra sobre o tema Pegmatitos de Trás-os-Montes até sua casapelo Dr. Romeu Vieira, que terá lugar no Museu do Ferro & da Região de Moncorvo, no dia 7 de Março (Sábado), pelas 15:30 horas.

O objectivo desta palestra é dar a conhecer uma área da Geologia quase desconhecida do público em geral, apesar das múltiplas aplicações práticas resultantes da investigação científica realizada sobretudo nos últimos 30 anos, podendo hoje falar-se num ramo específico da geologia, denominado “Pegmatologia”. Os pegmatitos são um tipo de rocha ígnea semelhante ao granito, mas mais evoluída, do ponto de vista geológico, o que propiciou a precipitação de elementos raros e metais leves, como o lítio, ou até gemas preciosas, como as água-marinhas.

Assim, os pegmatitos abrangem uma vasta gama de aplicações, para a indústria cerâmica (louças de casas de banho), azulejaria, vidro, ou metais leves essenciais para os ships de telemóveis, baterias de computadores (lítio) e alta tecnologia em geral.

Destes aspectos nos falará o conferencista convidado, Doutor Romeu Vieira, investigador do Departamento de Geologia da Faculdade de Ciências da Universidade do Porto, que se encontra a estudar esta temática em Portugal, e em Trás-os-Montes em especial. Autor de vários artigos científicos sobre geologia em geral, mas sobretudo sobre os pegmatitos, Romeu Vieira foi o organizador do IV Simpósio Internacional sobre Pegmatologia, realizado na Universidade do Porto, e tem colaborado no estudo de pegmatitos localizados na zona de Barroso/Alvão, Souto/Barca de Alva, e minas da Bajoca(Almendra, concelho de Foz Côa). Na zona de Riba d’Alva (Ligares), localizaram-se também pegmatitos, associados a antigas minas de volfrâmio.

Para saber mais: http://e-geo.ineti.pt/aipt_seminar/sig/posters/Limaetal2008.pdf

Esta iniciativa insere-se ainda no ciclo de palestras promovidas pelo Museu do Ferro, em colaboração com a secção de Geologia do PARM, coordenada pelo Dr. Rui Rodrigues, no âmbito do Ano Internacional do Planeta Terra (ano 3).

Aproveitamos para lembrar que pode ainda ser visitada a Exposição temporária “Detalhes em Ferro” de Aníbal Gonçalves, além da exposição permanente dedicada ao Ferro e às antigas minas de Moncorvo.

Saudações Associativas!

sexta-feira, 21 de novembro de 2008

Doutor Ary Pinto de Jesus no Museu do Ferro



Dando seguimento à programação geológica do Museu do Ferro & da Região de Moncorvo, como sabem, fortalecida com a atribuição da Menção Honrosa do Prémio de Geoconservação da PROGEO, convidamos-vos para assistir à Palestra "História Geológica da Região de Moncorvo". O orador é o Doutor Ary Pinto de Jesus, Professor Auxiliar do Departamento de Geologia da Faculdade de Ciências da Universidade do Porto.

Esta é uma palestra de particular interesse, já que será explicada toda a origem geológica da região, desde os tempos mais recuados da história da Terra.

A sessão terá lugar no Auditório do Museu do Ferro & da Região de Moncorvo, no próximo sábado dia 29 de Novembro.

Contamos com a vossa presença!

sexta-feira, 31 de outubro de 2008

Nova aquisição para a Biblioteca do Museu


O nosso caro consócio Dr. Orlando Sousa, acabou de oferecer um importantíssimo livro (em inglês) para a Biblioteca/Centro de Documentação do Museu do Ferro: De Re Metallica de Georgius Agricola. O nome original do autor era Georg Bauer (1494-1555), mas, como ainda período da renascença todos os livros científicos de projecção internacional eram escritos em Latim, também o seu nome foi traduzido do alemão (Bauer = Agricultor > Agricola).

Mas quem é Agricola? E porque este livro é importante?

Georg Bauer ou Georgius Agricola, como é mais conhecido, nasceu em Glauchau, na Saxónia e estudou medicina na Universidade de Leipzig, Bolonha e Pádua. Contudo, desde cedo se interessou pela geologia, paleontologia, mineralogia, mineração e metalurgia. Produziu uma bibliografia muito importante, interessante e, em muitos aspectos inovadora. Destacam-se entre as suas obras, o livro acima referido, sobre o qual nos alongaremos mais um pouco, mas também outras obras como:

- De Natura Fossilium
ou De Veteribus et Novis Metalus (considerado o primeiro grande trabalho sobre mineralogia; dai que Agrícola seja o "pai" da mineralogia);
- De Ortu et Causis Subterraneorum (em 5 livros ou capítulos. É constituído por perspectivas do autor sobre fenómenos geológicos, onde faz variadas críticas aos autores antigos/clássicos);
- Bermannus (obra que consiste num diálogo entre duas personagens sobre a Mineração);
- Rerum Metallicarum Interpretatio (listagem de equivalência, em várias línguas, de termos metalúrgicos);
- De Mensuris et Ponderibus (obra sobre pesos e medidas gregos e romanos);
- Dominatores Saxonici a prima origine ad hanc aetatem;
- De natura eorum quae effluunt e terra;
- Glaucii Libellus de prima ac simplici institutione grammatica (Gramática de Latim; é possível que também tenha escrito uma gramática de grego);
- Deum non esse auctorem Peccati e Religioso patri Petri Fontano, sacre theologie Doctori eximio Geogius Agricola salutem dicit in Christo (livros de cariz teológico);
- Galeni Librorum (sobre a obra do autor grego Galeno);
- De Bello adversus Turcam (Tratado político sobre a guerra com os Turcos);
- De Peste (sobre um tema recorrente no ocidente - a Peste e outras pragas análogas);
- De Medicatis Fontibus (fontes medicinais);
- De putrdine solidas partes humani corporis corrumpente (sobre Medicina);
- Castigationes in Hippocratem et Galenum (sobre medicina e os autores clássicos);
- Tipographia Mysnae et Toringiae;
Existem ainda outros trabalhos menores e alguns erroneamente atribuídos a Agrícola.

No que concerne ao presente Tratado De Re Metallica, foi publicado originalmente em 1556.
A edição que nos foi gentilmente oferecida é uma reprodução de uma tradução americana de 1912 (não existe tradução em português), editada em livro em 1950, e que tem vindo a ter sucessivas reimpressões. O autor da tradução é Herbert Clark Hoover (31º Presidente dos Estados Unidos da América, e Engenheiro de Minas de formação) e sua mulher Lou Henry Hoover. Esta obra trata dos metais, particularmente da mineração, metalurgia do ouro, prata, ferro, chumbo, estanho e outros metais, bem como, processos associados, como é o caso da exploração e tratamento do sal para a balística.
O tratado é constituído por 12 livros ou capítulos, contendo largas dezenas de ilustrações de elevado valor para conhecer melhor os processos técnicos. Algumas dessas ilustrações poderão ser vistas na exposição permanente do Museu do Ferro & da Região de Moncorvo, exactamente para descrever os processos de fundição possivelmente utilizados na nossa região desde a Idade Média até ao dealbar do séc. XIX, com o caso paradigmático da Chapa-Cunha de Mós (de que poderão ver imagens em post's anteriores deste blog).

Uma nota final para referir que este não é o primeiro tratado de mineração e metalurgia, sendo conhecidos outros anteriores como o De la Pirotechnia de Biringuccio, mas este é sem dúvida um dos mais importantes, senão o mais importante, nomeadmente para conhecer os processos técnicos do período anterior à Revolução Industrial, que irá modificar profundamente a metalurgia e, em particular a Metalurgia do Ferro.

Eis, assim, mais uma boa razão para visitar o Museu do Ferro & da Região de Moncorvo e o nosso Centro de Documentação.

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Links a consultar, para mais informações:

http://en.wikipedia.org/wiki/De_re_metallica
http://en.wikipedia.org/wiki/Georg_Bauer
http://archimedes.mpiwg-berlin.mpg.de/cgi-bin/toc/toc.cgi?step=thumb&dir=agric_remet_001_la_1556
http://historiadageologia.blogspot.com/2006/04/de-re-metallica-agricola-comemorao.html
http://www.robertsongeoconsultants.com/rgc_images/pages/metalica.asp

Recensão bibliográfica e selecção de links, pelo sócio Rui Leonardo.

segunda-feira, 13 de outubro de 2008

Palestra sobre minas de ouro romanas, pelo Doutor Alexandre Lima (FCUP)

Realizou-se no passado dia 11 de Outubro, no Museu do Ferro & da Região de Moncorvo, mais uma palestra sobre temas geológico-mineiros, desta feita sobre minas de ouro romanas em Portugal, sendo apresentada pelo Doutor Alexandre Campos Lima, professor da Faculdade de Ciências da Universidade do Porto.

O professor fez-se acompanhar por um grupo de alunas de mestrado, tendo visitado previamente o Museu e as minas de Ferro de Moncorvo, passando pelo escorial de Lamelas.


A palestra teve lugar da parte da tarde, no auditório do Museu do Ferro. O Doutor Alexandre Lima fez uma abordagem geral das minas de ouro em Portugal, principiando de Sul para Norte, e apoiando-se quer no seu conhecimento de campo, quer na bibliografia disponível, de que salientou o estudo pioneiro de J. Silva Carvalho e O. da Veiga Ferreira, intitulado: “Algumas lavras auríferas romanas” (1954).

Quanto ao Sul de Portugal, foram referidas as minas de Canal Caveira, Aljustrel e S. Domingos (Mértola), localizadas “grosso modo” na faixa piritosa que se estende do Alentejo à Andaluzia. A oxidação dos sulfuretos à superfície originam os chamados “chapéus de ferro”, em cujas intrusões se formava o ouro. Por exemplo, nas famosas minas de Aljustrel (pirites) ainda se encontram alguns vestígios de “cortas” de exploração aurífera.

Outra forma de ocorrência do ouro é por deposição aluvionar, como acontecia na Adiça, na foz do Tejo, local já conhecido pelos romanos (sendo talvez a estas minas que se referiam os escritores latinos Justino e Estrabão), sabendo-se que ainda nos séculos XV e XVI aí se explorava ouro.

Outro caso de exploração aluvial é o das “conheiras” de Vila de Rei, em que os romanos desenvolveram complexas obras hidráulicas (com recurso a diques, aquedutos, levadas e poços), a fim de desagregar a rocha e recolher o ouro > sobre este assunto, ver artigo da revista National Geographic/Portugal, nº. de Abril de 2008,


No que respeita à região de Trás-os-Montes Ocidental, foram apresentadas imagens dos vestígios mineiros da zona de Boticas (Limarinho, Poço das Freitas, Batocas, castro de Sapelos, Lagoa do Brejo) e Jales-Três Minas (Vila Pouca de Aguiar), onde existiu um vasto complexo mineiro a céu aberto mas também com algumas galerias, que tem sido estudado nos últimos anos por equipas interdisciplinares da arqueólogos e geólogos. Como resultado deste trabalho, está a ser criado um centro interpretativo, podendo-se, desde já, fazer visitas guiadas, por marcação, junto do município de Vila Pouca de Aguiar.

O Doutor Alexandre Lima falou depois, mais desenvolvidamente, do complexo mineiro romano de Castromil, no concelho de Paredes, de que é o responsável, tendo principiado pelo enquadramento geológico, de que sobressai o anticlinal de Valongo, que principia a cerca de 16 km a Este da cidade do Porto até Castro Daire. É neste anticlinal se localizam as minas de Castromil e o complexo mineiro da Serra das Banjas. Este está inserido na faixa auro-antimonífera do Douro, sendo constituído por 6 concessões: Poço Romano, Ribeiro da Castanheira, Vale do Braçal, Vale Fundo, serra do Montezelo, vargem da Raposa e Serra do Facho.
No contexto geológico das Banjas/Castromil as mineralizações de ouro ocorrem em “armadilhas tectónicas”, nas charneiras das dobras, tendo os romanos efectuado a sua exploração em minas a céu aberto e subterrâneas. Nas galerias romanas encontram-se vários “lucernários”, que eram nichos onde se colocavam as “lucernas” (lamparinas de azeite) para iluminação. Infelizmente, muitos dos vestígios das explorações a céu aberto foram destruídos pela plantação de eucaliptos, como aconteceu em Montezelo, nos inícios dos anos 80. No entanto, foram ainda identificados muitos vestígios como aras romanas, moinhos de pilão, mós rotativas, vestígios cerâmicos, em muitos pontos desta região, os quais foram estudados por uma aluna de mestrado de geologia, actualmente a trabalhar na câmara municipal de Paredes.


Já no final, o Doutor A. Lima falou do “castro” de Senhora do Castelo do Urros e do Buraco dos Mouros (concelho de Torre de Moncorvo), baseando-se noutra tese de mestrado de autoria de Carla Martins. Na sua opinião, a mina do Buraco dos Mouros, uma pequena cavidade na vertente do “castro” de Srª. do Castelo (povoado fortificado da Idade do Ferro, com vestígios de romanização e do período medieval), teria a ver com a exploração aurífera, visto que o local se encontra na zona de charneira de uma dobra geológica, havendo também aqui intercalações de rocha negra, pelo que é possível que tenha havido precipitação de fluidos ricos em ouro.

Ainda no que respeita ao concelho de Torre de Moncorvo, sabemos que houve aproveitamento de ouro aluvial no rio Douro, no termo do Peredo dos Castelhanos (segundo fonte do século XVIII) e há notícia de uma importante mina de ouro entre o chafariz de Lamelas e o rio Sabor (segundo documentação do século XIX). - Em prospecções realizadas por uma equipa do PARM, em 2006, localizou-se uma escombreira de aspecto muito antigo no vale de Lamelas, junto de um valado actualmente preenchido por densa vegetação, local que merece ser estudado a fim de se avaliar do seu interesse. Estas informações foram comunicadas ao Doutor Alexandre Lima, que sugeriu a criação de uma equipa multidisciplinar formada por geólogos e arqueólogos para se levarem a cabo estes estudos, já que nem só de Ferro viveu o Homem nas terras de Moncorvo.
(Fotos PARM)

segunda-feira, 6 de outubro de 2008

Palestra no Museu



Caros sócios do PARM, amigos do Museu e frequentadores deste blog,

No seguimento das actividades geológicas que têm sido promovidas, no decorrer deste ano, pelo Museu do Ferro & da Região de Moncorvo e pelo PARM, vimos convidá-los para mais uma actividade inserida neste âmbito. Trata-se de uma palestra, dedicada à Mineração aurífera romana em Portugal, que será proferida pelo Prof. Doutor Alexandre Campos Lima, docente do departamento de Geologia na Faculdade de Ciências da Unversidade do Porto, no próximo Sábado, dia 11, no Auditório do Museu do Ferro.

Contamos com a vossa presença!

quinta-feira, 25 de setembro de 2008

Exposição sobre Nery Delgado - sugestão de visita, no Museu Geológico

Nery Delgado (1835-1908) foi um eminente geólogo da "velha guarda", que também se referiu ao jazigo de minério de ferro de Moncorvo, razão pela qual é mencionado no nosso Museu do Ferro.

Por ocasião do centenário do seu falecimento, o Museu Geológico (dependente do INETI e situado na rua da Academia das Ciências, em Lisboa), promove uma exposição sobre a vida e obra deste investigador, intitulada: Nery Delgado (1835-1908), geólogo do Reino, a qual será inaugurada no próximo dia 1 de Outubro, ficando patente ao público até 31 de Março de 2009.

Fica a sugestão a todos os nossos associados que se interessem pela Geologia, bem como a todos os que acedam ao nosso "site":



(clique na imagem para aumentar)

quinta-feira, 11 de setembro de 2008

Ciência Viva - Cabeço da Mua

O dia final do Programa Ciência Viva - Geologia no Verão em Moncorvo, foi de retorno ás minas. Desta vez visitamos o Cabeço da Mua, com bastante participação e mostras de verdadeiro interesse e alguma adrenalina. Termina assim mais uma actividade promovida pelo PARM, que no cômputo geral foi muito positiva. Aqui ficam algumas imagens desta última actividade.


Panorâmica do Carvalhal e da Serra do Roboredo

A Entrada....

Os primeiros passo no interior da galeria

O cruzamento das galerias no interior da Mua. Nós tomámos o caminho da direita


Os participantes no interior da mina

Luz ao fundo do túnel... Para alguns "só isto?"; para outros "finalmente cheguei!!!"

A primeira saída da mina.

De novo na mina! Um regresso para os mais interessados!

Mais uma vez reforçamos que muito agradecíamos que os participantes de todos os eventos nos enviem alguns depoimentos e fotos do(s) evento(s) em que participaram! Podem fazê-lo para o mail parmoncorvo@gmail.com. Esperamos por novidades para partilhar


Saudações científicas e associativas!
(Fotos PARM)