Caros consócios e amigos,
O Passeio da Pascoela foi um retumbante sucesso! Participaram quase uma centena de pessoas nesta actividade conjunta entre o Museu do Ferro & da Região de Moncorvo/Câmara Municipal de Torre de Moncorvo/PARM e a Junta de Freguesia de Torre de Moncorvo.
Aqui ficam algumas imagens deste evento, que fez ressurgir uma actividade social e cultural extinta, como foi referido em post's anteriores, e que esperamos venha a ter continuidade nos próximos anos.
Aqui ficam algumas imagens deste evento, que fez ressurgir uma actividade social e cultural extinta, como foi referido em post's anteriores, e que esperamos venha a ter continuidade nos próximos anos.
(Uma vista do percurso até à Sra. da Esperança, pelo Caminho Velho)
2 comentários:
Fui de Lisboa, expressamente ( melhor dito: podia ter ido noutro dia, mas de propósito escolhi aquele sábado) para partilhar com amigos a Pascoela, não em jeito de nostalgia, mas sim em respeito por uma tradição comunitária e de partilha, de vizinhança e festa. O PARM está a fazer um bom trabalho, um serviço público, hoje que se fala tannto em serviço público. Pena é que Moncorvo ( e a nossa vila neste aspecto é como tantas outras) seja incapaz de reflectir sobre a sua identidade e mesmo as suas idiossincrasias. Muito mais haveria a dizer, mas eu soud e opinião que os comentários nunca devem ultrapassar a notícia. Não deixo de acrescentar que senti um grande conforto ao ouvir a tuna da Lousa on, ao contrário do que um recente filme diz, ainda há lugar para velhos. Com mágoa reconheço que os anos jáme pesam nos pés o que, somado a algum conformismo, me levou a chegar ao terreiro da N.Sra da Esperança de automóvel. Quisera que um dia Moncorvo mais que uma sociedade de consumo fosse uma sociedade com sumo. Vale. Carpe diem, conterrâneos.
Rogério
Caro Rogério, Obrigado pelo comentário e, sobretudo, por ter vindo ao Passeio da Pascoela. Procurámos desincentivar a utilização de carros e afins, não só porque a tradição era pedestre, ou em solípedes, mas porque senão o pequeno adro da capelinha fica mais pequeno para as pessoas. Sim, porque a ideia é dar continuidade a este acontecimento, nos próximos anos. E há ainda outra tradição com piada, virada para a natureza e que se pode aproveitar para passeios pedestres, que é a de se "amarrar o Diabo" - esta era no dia de S. José, ainda por cima Feriado Municipal, em que se ia por um caminho e vinha por outro, depois de se dar um nó numa giesta (com a mão esquerda) e colocando-lhe uma pedra em cima! Por se ter perdido esta tradição é que andam por aí muitos diabos à solta e muitos males pelo mundo... Os Antigos lá sabiam o porquê destas coisas! E com um bocado de jeito, este nosso "folklore", como escreviam os etnólogos do século XIX, pode integrar interessantes cartazes de visita às nossas terras. Quando às pessoas locais, é uma forma de as reconciliar com as suas memórias, com os momentos lúdicos de um passado económico-social de base agrícola que todos sabemos que foi duro e, por essa via, fomentar os laços de vicinidade, já que vamos sendo pro cá tão poucos.
Quanto à chamada "tuna da Lousa" (os músicos, que são amigos que juntam para tocar, e não têm designação própria, havendo alguns que são do Castedo, ou da Horta), é, de facto, algo de maravilhoso que se constituíu no nosso concelho. Acho que se lhes deva dar mais visibilidade, pois por estas bandas não há nada de semelhante, e, para pior, dizem eles, o pessoal novo não se motiva para aprender os ritmos e o reportório. Sei que, Douro abaixo, há várias tunas do género, e destaco a célebre de Carvalhais, que de uma maneira épica dão os acordes finais ao documentário de João Botelho: "Viagem ao Coração do Douro". Uma imagem impressiva, num cenário majestoso de montanha, a fazer lembrar os violinos tiroleses nos Alpes austríacos. Aliás, que seria da grande música dos palácios órficos de Viena, se não fosse esta cultura musical popular de base? Por isso, por cá, não é com arquitecturas grandiosas (e dispendiosas) que nos fizeram pensar a todos que éramos ricos, tipo "casas das músicas", que se fomenta, realmente, a cultura musical. Se calhar, era amparando mais coisas como estas, que surgem espontaneamente, mas que está no sangue, no ouvido e no gosto do nosso povo. Tudo o mais são superficialidades que se ficam pela rama de uma cultura urbanóide que pode ser muito cosmopolita mas que é igual em toda a parte: Madrid, Barcelona, Paris, Berlim, Nova Yorque, etc, sendo certo que para cá vem o mais barato.
Bem, mas já estou a divagar. A propósito de Casa da Música, arquitectada por um holandês, a dita figurava no cartaz do Museu alusiva à palestra do Prof. Rentes de Carvalho, realizada no passado Sábado. Pena que não tivesse podido estar, porque, como seria de esperar, valeu a pena. Fica para outro comentário - veja o "post" mais recente.
Agora foi a minha vez de violar a regra jornalística de não exceder o comentário a dimensão do "direito de resposta". Do facto peço desculpa, subscrevendo com um abraço cá das fragas aí para as bandas da Lísbia!
Nelson
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