terça-feira, 28 de fevereiro de 2012

Exposição "Picasso em Ferro" de Plácido Souto, no Museu do Ferro

Foi inaugurada no passado dia 25 de Fevereiro, no Museu do Ferro & da Região de Moncorvo, a exposição "Picasso em Ferro", de autoria de Plácido Souto, um artista do ferro de Vilar de Mouros.


Esta é a segunda vez que Plácido Souto expõe no Museu e em Torre de Moncorvo, já que no ano passado aqui tivémos outra mostra de trabalhos seus, na exposição "Artes do Ferro". Antigo ferreiro, serralheiro e soldador de terras do Minho, um dia demandou as terras do Sul, tendo trabalhado na grande indústria da construção naval da "margem sul" (do Tejo). Depois de reformado regressou às origens, terras de Caminha e Vilar de Mouros, onde havia uma arreigada arte do ferro, expressa em várias oficinas de ferreiro, onde principiou a sua formação na "escola da vida" - ver a propósito a proposta de classificação de uma dessas forjas no blogue da nossa congénere GEPPAV, de que o Sr. Plácido Souto faz parte: http://geppav.blogspot.com/2011/12/proposta-classificacao-patrimonial-das.html


Apaixonado da obra do pintor espanhol Pablo Picasso, Plácido Souto resolveu fazer uma versão pessoal (e original) de 19 telas do famoso pintor, (re)construindo as linhas com pequenas barras de ferro e "verguinha", soldando-as em bases de chapa de ferro, em lugar das telas. Estas "telas" foram depois por si pintadas com as cores aproximadas dos originais, de que resulta um notável trabalho em que as formas e cores se conjugam e seduzem. Dado o carácter algo tridimensional da versão placidiana de Picasso, digamos que esta leitura consegue ser mais "cubista" que as telas planas originais.


Acresce dizer que esta exposição tem itinerado por vários municípios do Entre-Douro-e-Minho e Galiza, cabendo agora a vez a Torre de Moncorvo, como "terra do ferro". O Museu deve a "descoberta" deste artista ao Sr. José Roseira, amigo do Museu e sócio do PARM, e também um dos mecenas que patrocinou o beberete, vulgo "Porto de Honra", com uma edição personalizada de garrafas de vinho generoso do Douro, com rótulo a condizer com a exposição, "ombro a ombro" com um Alvarinho que viajou pela mão do próprio artista, celebrando este (re)encontro do Minho com o Douro trasmontano.


A não perder, no Museu do Ferro, de terças-feiras a Domingos (no horário habitual) até ao final
do mês de Março.