sábado, 29 de novembro de 2008

Adiamento da Conferência sobre História Geológica da região de Moncorvo

Lamentamos informar que a conferência sobre a História Geológica da região de Moncorvo, que estava prevista para hoje, no Museu do Ferro, não se pôde realizar, porque o distinto conferencista, Doutor Ary Pinto de Jesus, foi forçado a interromper a sua viagem devido ao bloqueio do IP-4 e da A-25 em virtude da forte queda de neve que se verificou desde ontem à noite.

Por este motivo pedimos as nossas desculpas às pessoas que compareceram, informando todos(as) os(as) interessados(as) que esta conferência será adiada para data a anunciar oportunamente.

sexta-feira, 21 de novembro de 2008

Doutor Ary Pinto de Jesus no Museu do Ferro



Dando seguimento à programação geológica do Museu do Ferro & da Região de Moncorvo, como sabem, fortalecida com a atribuição da Menção Honrosa do Prémio de Geoconservação da PROGEO, convidamos-vos para assistir à Palestra "História Geológica da Região de Moncorvo". O orador é o Doutor Ary Pinto de Jesus, Professor Auxiliar do Departamento de Geologia da Faculdade de Ciências da Universidade do Porto.

Esta é uma palestra de particular interesse, já que será explicada toda a origem geológica da região, desde os tempos mais recuados da história da Terra.

A sessão terá lugar no Auditório do Museu do Ferro & da Região de Moncorvo, no próximo sábado dia 29 de Novembro.

Contamos com a vossa presença!

segunda-feira, 17 de novembro de 2008

1º PASSEIO MICOLÓGICO ORGANIZADO PELO P.A.R.M.:

Realizou-se no passado dia 15 de Novembro o anunciado passeio micológico organizado pelo PARM. Participaram cerca de 30 pessoas, incluindo a acção de campo e a jornada de estudo, com palestra proferida pelo Engº Afonso Calheiros, no auditório do Museu de Moncorvo.

Antes da acção de campo o Engº Afonso explicou os objectivos desta iniciativa, mais centrada na identificação das espécies e na sensibilização para a conservação do património micológico. Foi distribuída uma folha com uma série de regras (o Código de Conduta do Apanhador de Cogumelos) – ver embaixo.

A actividade de recolha desenvolveu-se na serra do Roborêdo, num pinhal junto do caminho antigo medieval (utilizado até inícios do séc. XX) que saía de Torre de Moncorvo, passava pelo Calhoal, Lamelas, Carvalhal e daqui para Mós ou terras de Miranda (percurso que percorremos parcialmente, a pé, em Maio, durante a jornada ornitológica).

Alguns participantes, mais conhecedores, colheram alguns cogumelos comestíveis para seu consumo, separando-os dos restantes, enquanto os mais leigos recolheram indistintamente espécies comestíveis e tóxicas, para posterior análise.

O resultado desta recolha foi levada para o auditório do Museu do Ferro & da Região de Moncorvo, sendo colocada em mesas de trabalho, com objectivo de se proceder à seriação, observação, catalogação e registo fotográfico. Para este workshop (sessão de trabalho) os presentes beneficiaram dos ensinamentos do Engº Afonso, que nos mostrou, inclusive, alguma bibliografia (catálogos de cogumelos), além de uma excelente palestra, previamente realizada, com recurso a uma apresentação em powerpoint, ilustrando a grande variedade de cogumelos e fungos, existentes na região.

Só na serra do Roborêdo (concelho de Torre de Moncorvo) existem cerca 90 espécies, sendo comestíveis cerca de 8. Por isso, o Engº Afonso alertou para os perigos do consumo, por parte de pessoas menos experientes, embora salientasse também o enorme potencial, em termos económicos, deste património natural, associado à gastronomia e turismo local. Para isso, considerou que era preciso consciencializar as pessoas para os aspectos da preservação e evitar o desbaste resultante de uma exploração económica desenfreada.

No final foi feito um pequeno magusto, já que as castanhas e o vinho são outros produtos regionais que se podem/devem associar, nesta fase do ano, tirando partido dos produtos da terra como cartaz turístico, mas também dando continuidade às nossas tradições locais, em nome de uma qualidade de vida que devemos perpetuar.

Não visando esta iniciativa qualquer interesse lucrativo, à semelhança de outras que têm sido realizadas pelo PARM, a participação foi gratuita e aberta a todos os moncorvenses e alguns visitantes. Esperamos, de futuro, alargar o público-alvo, esperando mais pessoas da zona litoral, como forma de promoção e divulgação da nossa terra.


- REPORTAGEM FOTOGRÁFICA:

Antes da partida: o Engº Afonso apresenta os objectivos da acção e enuncia o código de conduta do apanhador de cogumelos

Já no pinhal, uma sócia do PARM acaba de descobrir uma "sancha"

Pormenor da "sancha" (Lactarius deliciosus L.)

Aqui aparece o perigoso "regalgar", um cogumelo bonito mas muito tóxico.


Um dos participantes encontra um pequeno "ninho" de sanchas, no meio das arçãs.

Mas na serra do Roborêdo não há só cogumelos - apesar dos eucaliptos alienígenas (em 2º plano), aqui também se podem encontrar exemplares da flora autóctone, como este medronheiro, simultaneamente em flor e em fruto, nesta fase do ano.

Engº. Afonso durante a palestra, no auditório do Museu.

Dispersão dos cogumelos recolhidos, nas mesas de trabalho.

Seriação e comparação de cogumelos, com vista à sua classificação, após a sessão teórica.

As famosas "sanchas" (ou "pinheiras"), o cogumelo comestível mais comum na nossa região, cujo nome científico é "Lactarius deliciosus".


Outro cogumelo comestível existente na nossa região é o "Macro lepiota procera", aqui mais conhecidos por "roques"; noutros sítios também lhes chamam "róculos", "frades", "gasalhos", "tortulhos" ou "marifusas".

O "regalgar" ou "resgalgar", também conhecido noutras regiões por "incha-bois" ou "rebenta-bois" é um cogumelo alucinogénico que se supõe usado pelos xamãs da pré-história para entrarem em estados de transe. As cabras quando o comem ficam durante algum tempo com comportamentos estranhos, como se tivessem enlouquecido, pelo que os pastores evitam os lugares onde existem.

No fim da actividade, houve um pequeno magusto.


Os cogumelos podem constituir um produto de valor acrescentado para a nossa região, como já o são em certos países da Europa "civilizada", como é o caso, por exemplo, da Suíssa, onde existe uma apertada regulamentação quanto à apanha, implicando uma licença especial (que pressupõe alguns conhecimentos), tal como a licença de caça ou de pesca.


Em Portugal sabemos que existem intenções de regulamentar a apanha, o que nos parece urgente, mas também não podemos cair numa "elitização" de uma actividade tradicional que sempre constituíu complemento alimentar das populações rurais. O que é censurável é o mercantilismo/economicismo desenfreado fomentado por negociantes sem escrúpulos (nomeadamente espanhóis) que depois vendem o produto da recolha com lucros chorudos, provocando entretanto um desbaste nas espécies autóctones que pode levar à morte desta verdadeira "galinha dos ovos de ouro".


- Sobre estas questões, veja artigo no jornal "Nordeste": http://www.jornalnordeste.com/index.asp?idEdicao=242&id=10577&idSeccao=2241&Action=noticia

- CÓDIGO DE CONDUTA DO APANHADOR DE COGUMELOS:

1. Contacte sempre o proprietário ou arrendatário do local da apanha, solicitando permissão para entrar na propriedade, explicando o propósito da visita;
2. Evite danificar a vegetação, abandonar lixo, revolver demasiado a cama de matéria orgânica que cobre o solo, a não ser o estritamente necessário para identificar os cogumelos;
3. Procure identificar o maior número de cogumelos “In situ”;
4. Respeite e proteja as espécies venenosas e não destrua os cogumelos não comestíveis pois eles também cumprem um ciclo biológico benéfico para o ecossistema;
5. Os cogumelos constituem um alimento com algum risco, em caso de duvida não os coma;
6. Se não está seguro do seu conhecimento acerca dos cogumelos, não os apanhe por sua livre iniciativa ou com a ajuda de livros ilustrados apenas;
7. Lembre-se que existem cogumelos tóxicos, mortais e outros que provocam reacções alérgicas tardias;
8. Certifique-se que conhece bem os cogumelos que pretende apanhar e apenas esses; Em caso de dúvida NÃO APANHE!;
9. Não apanhe espécies que não tenciona consumir;
10. Apanhe apenas a quantidade de cogumelos que tenciona utilizar;
11. Procure não recolher mais de 2-3 kg por cada saída de campo e evite recolher cogumelos para oferecer;
12. Não aceite cogumelos apanhados por terceiros se desconhecer o local da proveniência;
13. Não recolha cogumelos pequenos que ainda não completaram o seu desenvolvimento;
14. Quando apanhar cogumelos no local não ao arranque, corte o pé no local e faça a limpeza do pé e do chapéu no momento – desta forma permitirá que o micélio e os esporos permanecem na terra.

terça-feira, 11 de novembro de 2008

Passeio Micológico


Caros Consócios,

Vimos por este meio convidar todos os interessados para a próxima actividade do Museu. Esta é mais uma actividade que se insere nos propósitos ecológicos e ambientais, que temos vindo a defender e a valorizar.

Como se lembrarão, no decorrer do presente ano, já realizamos, com bastante participação, uma sessão de sensibilização dedicada à ornitologia (ver post's anteriores). Desta vez, vimos convidá-los para uma sessão dedicada à micologia (estudo dos cogumelos).

O programa inicia-se às 10.00 h, no Museu do Ferro & da Região de Moncorvo, com deslocação para a Serra do Roboredo, onde se procederá à recolha de várias espécies de cogumelos (comestíveis e não comestíveis). Recomenda-se aos participantes levarem calçado e vestuário apropriado, bem como sacos, caso queiram recolher cogumelos comestíveis para consumo próprio. A partir das 14.00 H, terá inicío o Workshop, onde se vão examinar com pormenor os espécimes recolhidos, bem como outro tipo de cogumelos existentes na região.

A actividade será orientada pelo Eng.º Afonso Calheiros e Menezes (técnico superior do Parque Natural do Douro Internacional) e nosso presidente da Direcção.

Contamos com a vossa participação!

segunda-feira, 10 de novembro de 2008

S. Martinho em Maçores


Realizou-se no passado fim de semana a Festa de S. Martinho, em Maçores. Esta festa reveste-se de um especial interesse etnográfico, abrindo o ciclo das chamadas festividades de Inverno, no caso vertente associada ao Vinho, podendo constituir uma reminiscência das "baccanalias" da Antiga Roma, segundo alguns autores.
Sobre ela dissertou o nosso mestre e amigo Padre Joaquim Rebelo - ver reportagem mais completa no blog: À Descoberta de Torre de Moncorvo e no Fórum de Maçores (ver links na margem).

Fotografia José Girão - fogueira do Magusto, nas Eiras