quarta-feira, 24 de dezembro de 2008

segunda-feira, 15 de dezembro de 2008

Novo e Importante contributo para o Centro de Documentação do Museu

Os Amigos do Museu, D. Maria de Fátima Goulão da Costa Brito Cabral e o Eng.º João Pedro Monteiro de Barros Cabral, tiveram a gentileza de doar ao Centro de Documentação do Museu do Ferro & da Região de Moncorvo, mais um lote de importante informação e documentação que pertenceram ao seu tio, o Eng.º Gabriel Monteiro de Barros.

De assinalar que, até ao momento, este não é o primeiro contributo deste fundo específico que nos é doado. Para além de livros (veja-se o post de 27/02/2008), devemos referir uma valiosa colecção fotográfica que supera o milhar de fotografias, e onde estão representados os primeiros dez anos da Ferrominas, bem como, importantes cenas da vida social de Torre de Moncorvo, na segunda metade do séc. XX.

Desta vez, temos a agradecer-lhes um conjunto diverso constituído quer por livros e artigos (impressos e fotocopiados), fotografias e outra documentação, que aqui apresentamos [nota: a negrito estão alguns dos documentos mais relevantes] :


Fotografias:


1 Fotografia da Fraga do Arco

49 Fotografias do Museu do Ferro (Carvalhal) e da Nordareias



Livros e Artigos:


Actas da Conferência Democrática sobre Trás-os-Montes e Alto Douro, realizada em Vila Real em 20 de Março de 1983, promovidas pelo Partido Comunista Português.

ANDRADE, António Júlio – Quadros Militares da História de Moncorvo, Associação Cultural de Torre de Moncorvo. 1992

CASTRO e SOLLA, Luiz de – Outra biografia de Eschwege, pp. 79-82 [não refere a publicação, nem local, nem data]


DINIZ, Pedro Joyce – Subsídios para a História da Montanísitca, vol. 1, Editorial Império, Lisboa, 1939

DINIZ, Pedro Joyce – Subsídios para a História da Montanística, vol. 2, Sociedade Astoria, Lisboa, 1941

REBELO, P. Joaquim Manuel – A Encomendação das Almas nos concelhos de Torre de Moncorvo e Freixo de Espada-à-Cinta, Cadernos Culturais, n.º 3, Núcleo Cultural Municipal de Vila Real, Vila Real, 1978

REBELO, P. Joaquim Manuel – Uma Visita que não se fez – o escritor argentino Dr. Jorge Luís Borges pensou visitar Torre de Moncorvo, sep. De Brigantia – Revista de Cultura, vol. XIII. N.os 3-4, Assembleia Distrital de Bragança, Bragança, 1992

Revista Tellus. Revista de Cultura Transmontana e Duriense, n.º 22, Câmara Municipal de Vila Real, 1992

STALEY, W. W. Mine Plant Design, McGraw-Hill Book Company, Nem York and London, 1936



Notas y Comunicaciones del Instituto Geológico y Minero de España, vol. II, n.º 2, Madrid, 1929 [no qual se inclui o importante artigo de Primitivo Hernández Sampelayo – Criadero de mineral de hierro de Moncorvo (Portugal)]




Livros e Artigos e fotocopiados:


Artes Chimicas, parte II. contendo 1º Vidros e Crystaes; 2º Louças e Produtos Cerâmicos; 3º Papel. [Incompleto; não refere autor nem data. Original depositado na Biblioteca Municipal Camões de Santarém]

AZEVEDO, João Baptista Schiappa d’ – Estudo acerca dos Tratamentos Directo e Indirecto do Ferro em Hespanha, Imprensa Nacional, Lisboa, 1872 [Incompleto]

BENOîT, Serge, et PEYRE, Philippe – L’apport de la Fouille Archéologique a la connaissance d’un site industriel: L’exemple des Forges de Buffon (Côte d’ Or), in : L’Archeologie Industrielle en France, CILAC, n.º 9, Maio de 1984, pp. 5-18

Caderneta de Lembranças – 1890-1901, Boletim Amigos de Bragança, pp. 9-25 (fotocopiado)

CARVALHO, J. Silva – A Ferraria da Foz do Alge, Estudos Notas e Trabalhos do Serviço de Fomento Mineiro, vol. VIII (3-4), s/d, pp. 330, 331, 350

CHAMPALIMAUD, António – O “Negócio” da Siderurgia (Champalimaud responde a Martins Pereira, Rev. Vida Mundial, n.º 1843 de 9 de Janeiro de 1975, pp. 43-46

EIMAN, Pan – Legendary Sain Barbara stillhonored as the patron saint of mining, Mining Engineering, Novembro 1985, pp. 1281-1283.

ESCHEWEGE, Barão de – Diário. Entradas de 10 e 14 de Agosto de 1806. Transcrição e tradução do Trecho respeitante a Moncorvo e Mogadouro, por Dagma Steinlein da Mata Reis em 1987

ESCHEWEGE, Barão de - “Notícias históricas e curiosas da Minas e dos Estabelecimentos Metallúrgicos em Portugal”, Manuscrito, 1826 (transcrito e traduzido em 8 páginas dactilografadas)

ESCHEWEGE, Barão de - “Notícias históricas e curiosas da Minas e dos Estabelecimentos Metallúrgicos em Portugal”, 1826 (em alemão. fotocopiado)

LIMA, F. de – Minas do Braçal, In. Portugal Artístico, pp. I - 8-12; II - 49-55.

LIMA, J. M. do Rego – Algumas Palavras sobre as condições de adaptação da Indústria siderúrgica em Portugal, Revista de Obras Públicas e Minas, Tomo XXI, Imprensa Nacional, Lisboa, 1890

LINK, M. Voyage en Portugal, par M. le Comte de Hoffmansegg, Paris, 1805 [vol. III – pp. 24-35]

MONTEIRO, Severiano, e BARATA, João Augusto – Jazigos de Mármores e Alabastros de Vimioso e Miranda do Douro. Seu valor industria e busca para a constituição de uma empresa para a sua exploração, Typographia das “Novidades”, Lisboa [10 páginas]

MOLERA, Pedro – La Farga Catalana, Investigacíon y Ciência, Scientific American (Espanha), Outubro de 1982, pp. 20-27

NEVES, J. P. Castanheira das – Relatório sobre os Jazigos de Mármores e Alabastros de Vimioso e Miranda do Douro. Seu valor industria e busca para a constituição de uma empresa para a sua exploração, Typographia das “Novidades”, Lisboa, 32 pp.

PEREIRA, João Martins – Enquanto se aguarda o Plano Siderúrgico Nacional…, rev. Vida Mundial, n.º 1838 de 5 de Dezembro de 1974, pp. 42-44.

PEREIRA, João Martins –O “negócio da Siderurgia. Para Champalimaud ler no avião”, rev. Vida Mundial, n.º 1844 de 16 de Janeiro de 1975, pp. 43-46.

Relatório acerca das actuais condições de exploração dos Jazigos de Mármores e Alabastro de Santo Adrião. Próximo de Vimioso, Typographia da Casa Catholica, Lisboa, 1891 [incompleto. Fotocópias até pag. 41]

SERRÃO, Manuel Francisco da Costa – O caminho de ferro do Pocinho a Miranda do Douro e a Exploração do Jazigo de Ferro do Roboredo, Revista de Obras Públicas e Minas, Tomo XXI, Imprensa Nacional, Lisboa, 1890

SKILLINGS JR, David N. – Ironbridge: Were Iron Ore Was First Smelted with Coke, Skillings’ Mining Review, 23 de Novembro de 1985, pp. 6-9

TOENGES, Werner Heinz – Wilhelm Ludwig von Eschwege. Um pioneiro alemão da exploração de minas no Brasil, Der Anschnitt, n.º 38, 1986 (dactilografado com 14 folhas)

Um pouco de História do Ferro e do Aço, no Mundo e em Portugal, Siderurgia Nacional – Boletim da Empresa, s/d, pp. 11-17


Outros:

- Desdobrável relativo à visita do Dr. Mário Soares, Presidente da República, a Torre de Moncorvo, e inauguração do Museu do Ferro e da Região de Moncorvo, em 3 de Fevereiro de 1995.


- 9 cartas e cartões de agradecimento, endereçados ao Eng.º Gabriel Monteiro de Barros, relativos ao livro O Ferro de Moncorvo através dos tempos, de autoria do Dr. Jorge Custódio e do Eng.º Gabriel Monteiro de Barros, publicado pela Ferrominas, EP em 1984.

- Folheto relativo à “Grande Forja de Buffon – Séc. XVIII” (6 exemplares)



Agradecemos encarecidamente este valioso contributo e apelamos aos sócios e outros beneméritos para que nos continuem a ajudar a enriquecer o Centro de Documentação do Museu do Ferro.

Como sabem, os documentos escritos mencionadas, podem ser consultadas no Museu do Ferro & da Região de Moncorvo.

quinta-feira, 4 de dezembro de 2008

"O meu chão" - Exposição de Fotografia

Convidam-se todos os interessados para a inauguração da exposição de fotografia "O meu chão...", de Teresa Cavalheiro, que terá lugar no próximo sábado, dia 6 de Dezembro, pelas 15:00 horas, no Auditório do Museu do Ferro & da Região de Moncorvo.

A autora tem raízes moncorvenses, e é precisamente a partir do seu olhar sobre a região que a exposição se irá centrar...

Contamos com a vossa presença!

sábado, 29 de novembro de 2008

Adiamento da Conferência sobre História Geológica da região de Moncorvo

Lamentamos informar que a conferência sobre a História Geológica da região de Moncorvo, que estava prevista para hoje, no Museu do Ferro, não se pôde realizar, porque o distinto conferencista, Doutor Ary Pinto de Jesus, foi forçado a interromper a sua viagem devido ao bloqueio do IP-4 e da A-25 em virtude da forte queda de neve que se verificou desde ontem à noite.

Por este motivo pedimos as nossas desculpas às pessoas que compareceram, informando todos(as) os(as) interessados(as) que esta conferência será adiada para data a anunciar oportunamente.

sexta-feira, 21 de novembro de 2008

Doutor Ary Pinto de Jesus no Museu do Ferro



Dando seguimento à programação geológica do Museu do Ferro & da Região de Moncorvo, como sabem, fortalecida com a atribuição da Menção Honrosa do Prémio de Geoconservação da PROGEO, convidamos-vos para assistir à Palestra "História Geológica da Região de Moncorvo". O orador é o Doutor Ary Pinto de Jesus, Professor Auxiliar do Departamento de Geologia da Faculdade de Ciências da Universidade do Porto.

Esta é uma palestra de particular interesse, já que será explicada toda a origem geológica da região, desde os tempos mais recuados da história da Terra.

A sessão terá lugar no Auditório do Museu do Ferro & da Região de Moncorvo, no próximo sábado dia 29 de Novembro.

Contamos com a vossa presença!

segunda-feira, 17 de novembro de 2008

1º PASSEIO MICOLÓGICO ORGANIZADO PELO P.A.R.M.:

Realizou-se no passado dia 15 de Novembro o anunciado passeio micológico organizado pelo PARM. Participaram cerca de 30 pessoas, incluindo a acção de campo e a jornada de estudo, com palestra proferida pelo Engº Afonso Calheiros, no auditório do Museu de Moncorvo.

Antes da acção de campo o Engº Afonso explicou os objectivos desta iniciativa, mais centrada na identificação das espécies e na sensibilização para a conservação do património micológico. Foi distribuída uma folha com uma série de regras (o Código de Conduta do Apanhador de Cogumelos) – ver embaixo.

A actividade de recolha desenvolveu-se na serra do Roborêdo, num pinhal junto do caminho antigo medieval (utilizado até inícios do séc. XX) que saía de Torre de Moncorvo, passava pelo Calhoal, Lamelas, Carvalhal e daqui para Mós ou terras de Miranda (percurso que percorremos parcialmente, a pé, em Maio, durante a jornada ornitológica).

Alguns participantes, mais conhecedores, colheram alguns cogumelos comestíveis para seu consumo, separando-os dos restantes, enquanto os mais leigos recolheram indistintamente espécies comestíveis e tóxicas, para posterior análise.

O resultado desta recolha foi levada para o auditório do Museu do Ferro & da Região de Moncorvo, sendo colocada em mesas de trabalho, com objectivo de se proceder à seriação, observação, catalogação e registo fotográfico. Para este workshop (sessão de trabalho) os presentes beneficiaram dos ensinamentos do Engº Afonso, que nos mostrou, inclusive, alguma bibliografia (catálogos de cogumelos), além de uma excelente palestra, previamente realizada, com recurso a uma apresentação em powerpoint, ilustrando a grande variedade de cogumelos e fungos, existentes na região.

Só na serra do Roborêdo (concelho de Torre de Moncorvo) existem cerca 90 espécies, sendo comestíveis cerca de 8. Por isso, o Engº Afonso alertou para os perigos do consumo, por parte de pessoas menos experientes, embora salientasse também o enorme potencial, em termos económicos, deste património natural, associado à gastronomia e turismo local. Para isso, considerou que era preciso consciencializar as pessoas para os aspectos da preservação e evitar o desbaste resultante de uma exploração económica desenfreada.

No final foi feito um pequeno magusto, já que as castanhas e o vinho são outros produtos regionais que se podem/devem associar, nesta fase do ano, tirando partido dos produtos da terra como cartaz turístico, mas também dando continuidade às nossas tradições locais, em nome de uma qualidade de vida que devemos perpetuar.

Não visando esta iniciativa qualquer interesse lucrativo, à semelhança de outras que têm sido realizadas pelo PARM, a participação foi gratuita e aberta a todos os moncorvenses e alguns visitantes. Esperamos, de futuro, alargar o público-alvo, esperando mais pessoas da zona litoral, como forma de promoção e divulgação da nossa terra.


- REPORTAGEM FOTOGRÁFICA:

Antes da partida: o Engº Afonso apresenta os objectivos da acção e enuncia o código de conduta do apanhador de cogumelos

Já no pinhal, uma sócia do PARM acaba de descobrir uma "sancha"

Pormenor da "sancha" (Lactarius deliciosus L.)

Aqui aparece o perigoso "regalgar", um cogumelo bonito mas muito tóxico.


Um dos participantes encontra um pequeno "ninho" de sanchas, no meio das arçãs.

Mas na serra do Roborêdo não há só cogumelos - apesar dos eucaliptos alienígenas (em 2º plano), aqui também se podem encontrar exemplares da flora autóctone, como este medronheiro, simultaneamente em flor e em fruto, nesta fase do ano.

Engº. Afonso durante a palestra, no auditório do Museu.

Dispersão dos cogumelos recolhidos, nas mesas de trabalho.

Seriação e comparação de cogumelos, com vista à sua classificação, após a sessão teórica.

As famosas "sanchas" (ou "pinheiras"), o cogumelo comestível mais comum na nossa região, cujo nome científico é "Lactarius deliciosus".


Outro cogumelo comestível existente na nossa região é o "Macro lepiota procera", aqui mais conhecidos por "roques"; noutros sítios também lhes chamam "róculos", "frades", "gasalhos", "tortulhos" ou "marifusas".

O "regalgar" ou "resgalgar", também conhecido noutras regiões por "incha-bois" ou "rebenta-bois" é um cogumelo alucinogénico que se supõe usado pelos xamãs da pré-história para entrarem em estados de transe. As cabras quando o comem ficam durante algum tempo com comportamentos estranhos, como se tivessem enlouquecido, pelo que os pastores evitam os lugares onde existem.

No fim da actividade, houve um pequeno magusto.


Os cogumelos podem constituir um produto de valor acrescentado para a nossa região, como já o são em certos países da Europa "civilizada", como é o caso, por exemplo, da Suíssa, onde existe uma apertada regulamentação quanto à apanha, implicando uma licença especial (que pressupõe alguns conhecimentos), tal como a licença de caça ou de pesca.


Em Portugal sabemos que existem intenções de regulamentar a apanha, o que nos parece urgente, mas também não podemos cair numa "elitização" de uma actividade tradicional que sempre constituíu complemento alimentar das populações rurais. O que é censurável é o mercantilismo/economicismo desenfreado fomentado por negociantes sem escrúpulos (nomeadamente espanhóis) que depois vendem o produto da recolha com lucros chorudos, provocando entretanto um desbaste nas espécies autóctones que pode levar à morte desta verdadeira "galinha dos ovos de ouro".


- Sobre estas questões, veja artigo no jornal "Nordeste": http://www.jornalnordeste.com/index.asp?idEdicao=242&id=10577&idSeccao=2241&Action=noticia

- CÓDIGO DE CONDUTA DO APANHADOR DE COGUMELOS:

1. Contacte sempre o proprietário ou arrendatário do local da apanha, solicitando permissão para entrar na propriedade, explicando o propósito da visita;
2. Evite danificar a vegetação, abandonar lixo, revolver demasiado a cama de matéria orgânica que cobre o solo, a não ser o estritamente necessário para identificar os cogumelos;
3. Procure identificar o maior número de cogumelos “In situ”;
4. Respeite e proteja as espécies venenosas e não destrua os cogumelos não comestíveis pois eles também cumprem um ciclo biológico benéfico para o ecossistema;
5. Os cogumelos constituem um alimento com algum risco, em caso de duvida não os coma;
6. Se não está seguro do seu conhecimento acerca dos cogumelos, não os apanhe por sua livre iniciativa ou com a ajuda de livros ilustrados apenas;
7. Lembre-se que existem cogumelos tóxicos, mortais e outros que provocam reacções alérgicas tardias;
8. Certifique-se que conhece bem os cogumelos que pretende apanhar e apenas esses; Em caso de dúvida NÃO APANHE!;
9. Não apanhe espécies que não tenciona consumir;
10. Apanhe apenas a quantidade de cogumelos que tenciona utilizar;
11. Procure não recolher mais de 2-3 kg por cada saída de campo e evite recolher cogumelos para oferecer;
12. Não aceite cogumelos apanhados por terceiros se desconhecer o local da proveniência;
13. Não recolha cogumelos pequenos que ainda não completaram o seu desenvolvimento;
14. Quando apanhar cogumelos no local não ao arranque, corte o pé no local e faça a limpeza do pé e do chapéu no momento – desta forma permitirá que o micélio e os esporos permanecem na terra.

terça-feira, 11 de novembro de 2008

Passeio Micológico


Caros Consócios,

Vimos por este meio convidar todos os interessados para a próxima actividade do Museu. Esta é mais uma actividade que se insere nos propósitos ecológicos e ambientais, que temos vindo a defender e a valorizar.

Como se lembrarão, no decorrer do presente ano, já realizamos, com bastante participação, uma sessão de sensibilização dedicada à ornitologia (ver post's anteriores). Desta vez, vimos convidá-los para uma sessão dedicada à micologia (estudo dos cogumelos).

O programa inicia-se às 10.00 h, no Museu do Ferro & da Região de Moncorvo, com deslocação para a Serra do Roboredo, onde se procederá à recolha de várias espécies de cogumelos (comestíveis e não comestíveis). Recomenda-se aos participantes levarem calçado e vestuário apropriado, bem como sacos, caso queiram recolher cogumelos comestíveis para consumo próprio. A partir das 14.00 H, terá inicío o Workshop, onde se vão examinar com pormenor os espécimes recolhidos, bem como outro tipo de cogumelos existentes na região.

A actividade será orientada pelo Eng.º Afonso Calheiros e Menezes (técnico superior do Parque Natural do Douro Internacional) e nosso presidente da Direcção.

Contamos com a vossa participação!

segunda-feira, 10 de novembro de 2008

S. Martinho em Maçores


Realizou-se no passado fim de semana a Festa de S. Martinho, em Maçores. Esta festa reveste-se de um especial interesse etnográfico, abrindo o ciclo das chamadas festividades de Inverno, no caso vertente associada ao Vinho, podendo constituir uma reminiscência das "baccanalias" da Antiga Roma, segundo alguns autores.
Sobre ela dissertou o nosso mestre e amigo Padre Joaquim Rebelo - ver reportagem mais completa no blog: À Descoberta de Torre de Moncorvo e no Fórum de Maçores (ver links na margem).

Fotografia José Girão - fogueira do Magusto, nas Eiras

sexta-feira, 31 de outubro de 2008

Nova aquisição para a Biblioteca do Museu


O nosso caro consócio Dr. Orlando Sousa, acabou de oferecer um importantíssimo livro (em inglês) para a Biblioteca/Centro de Documentação do Museu do Ferro: De Re Metallica de Georgius Agricola. O nome original do autor era Georg Bauer (1494-1555), mas, como ainda período da renascença todos os livros científicos de projecção internacional eram escritos em Latim, também o seu nome foi traduzido do alemão (Bauer = Agricultor > Agricola).

Mas quem é Agricola? E porque este livro é importante?

Georg Bauer ou Georgius Agricola, como é mais conhecido, nasceu em Glauchau, na Saxónia e estudou medicina na Universidade de Leipzig, Bolonha e Pádua. Contudo, desde cedo se interessou pela geologia, paleontologia, mineralogia, mineração e metalurgia. Produziu uma bibliografia muito importante, interessante e, em muitos aspectos inovadora. Destacam-se entre as suas obras, o livro acima referido, sobre o qual nos alongaremos mais um pouco, mas também outras obras como:

- De Natura Fossilium
ou De Veteribus et Novis Metalus (considerado o primeiro grande trabalho sobre mineralogia; dai que Agrícola seja o "pai" da mineralogia);
- De Ortu et Causis Subterraneorum (em 5 livros ou capítulos. É constituído por perspectivas do autor sobre fenómenos geológicos, onde faz variadas críticas aos autores antigos/clássicos);
- Bermannus (obra que consiste num diálogo entre duas personagens sobre a Mineração);
- Rerum Metallicarum Interpretatio (listagem de equivalência, em várias línguas, de termos metalúrgicos);
- De Mensuris et Ponderibus (obra sobre pesos e medidas gregos e romanos);
- Dominatores Saxonici a prima origine ad hanc aetatem;
- De natura eorum quae effluunt e terra;
- Glaucii Libellus de prima ac simplici institutione grammatica (Gramática de Latim; é possível que também tenha escrito uma gramática de grego);
- Deum non esse auctorem Peccati e Religioso patri Petri Fontano, sacre theologie Doctori eximio Geogius Agricola salutem dicit in Christo (livros de cariz teológico);
- Galeni Librorum (sobre a obra do autor grego Galeno);
- De Bello adversus Turcam (Tratado político sobre a guerra com os Turcos);
- De Peste (sobre um tema recorrente no ocidente - a Peste e outras pragas análogas);
- De Medicatis Fontibus (fontes medicinais);
- De putrdine solidas partes humani corporis corrumpente (sobre Medicina);
- Castigationes in Hippocratem et Galenum (sobre medicina e os autores clássicos);
- Tipographia Mysnae et Toringiae;
Existem ainda outros trabalhos menores e alguns erroneamente atribuídos a Agrícola.

No que concerne ao presente Tratado De Re Metallica, foi publicado originalmente em 1556.
A edição que nos foi gentilmente oferecida é uma reprodução de uma tradução americana de 1912 (não existe tradução em português), editada em livro em 1950, e que tem vindo a ter sucessivas reimpressões. O autor da tradução é Herbert Clark Hoover (31º Presidente dos Estados Unidos da América, e Engenheiro de Minas de formação) e sua mulher Lou Henry Hoover. Esta obra trata dos metais, particularmente da mineração, metalurgia do ouro, prata, ferro, chumbo, estanho e outros metais, bem como, processos associados, como é o caso da exploração e tratamento do sal para a balística.
O tratado é constituído por 12 livros ou capítulos, contendo largas dezenas de ilustrações de elevado valor para conhecer melhor os processos técnicos. Algumas dessas ilustrações poderão ser vistas na exposição permanente do Museu do Ferro & da Região de Moncorvo, exactamente para descrever os processos de fundição possivelmente utilizados na nossa região desde a Idade Média até ao dealbar do séc. XIX, com o caso paradigmático da Chapa-Cunha de Mós (de que poderão ver imagens em post's anteriores deste blog).

Uma nota final para referir que este não é o primeiro tratado de mineração e metalurgia, sendo conhecidos outros anteriores como o De la Pirotechnia de Biringuccio, mas este é sem dúvida um dos mais importantes, senão o mais importante, nomeadmente para conhecer os processos técnicos do período anterior à Revolução Industrial, que irá modificar profundamente a metalurgia e, em particular a Metalurgia do Ferro.

Eis, assim, mais uma boa razão para visitar o Museu do Ferro & da Região de Moncorvo e o nosso Centro de Documentação.

___________

Links a consultar, para mais informações:

http://en.wikipedia.org/wiki/De_re_metallica
http://en.wikipedia.org/wiki/Georg_Bauer
http://archimedes.mpiwg-berlin.mpg.de/cgi-bin/toc/toc.cgi?step=thumb&dir=agric_remet_001_la_1556
http://historiadageologia.blogspot.com/2006/04/de-re-metallica-agricola-comemorao.html
http://www.robertsongeoconsultants.com/rgc_images/pages/metalica.asp

Recensão bibliográfica e selecção de links, pelo sócio Rui Leonardo.

quinta-feira, 30 de outubro de 2008

PARTIDELA DE AMÊNDOA NO MUSEU DO FERRO - NOVO SUCESSO!

Foto de António Basaloco

Conforme anunciámos no post anterior, realizou-se no passado Sábado, no auditório do Museu do Ferro, a 5ª Partidela Tradicional da Amêndoa, em que procurámos recriar um momento característico desta fase do ano, nas nossas terras.

Foto de A. Basaloco
Cerca de uma centena de pessoas de todas as idades, sem distinções sociais, não só de Torre de Moncorvo e do seu concelho, mas também do Porto e da zona da Régua, vieram à "Partidela" ou "partição" deste ano. Destacamos a participação da Srª. Drª Helena Gil (Directora Regional da Cultura do Norte) e marido, que vieram de Vila Real, e da Srª. Drª. Maria do Céu Esteves, Presidente da Associação de Amigos do Museu do Douro, que nos quiseram também honrar com a sua presença, e se saíram muito bem no manejo do ferrinho com que se parte a amêndoa.
VER O LINK para a ASSOCIAÇÃO DE AMIGOS DO MUSEU DO DOURO, clicando sobre este endereço electrónico: http://www.museudodouro.pt/destaques_amigos,0,128.aspx

Foto de N. Campos

O momento musical, avidamente registado pelo distinto etnomusicólogo Mário Correia (organizador do festival intercéltico de Sendim), ficou a cargo da Tuna dos amigos da Lousa, que abrilhantaram o evento com a sua mestria.


Foto de N. Campos

No final, tal como depois dos feitos guerreiros da tribo do Asterix, tivemos um repasto composto por produtos da terra, generosamente oferecidos pelo comércio e produtores do concelho de Torre de Moncorvo, a quem muito agradecemos.

Foto de A. Basaloco


Agradecemos ainda ao S. Dr. Jorge Carqueja Rodrigues, da empresa Carqueja Almonds, neto e sucessor do grande empresário de frutos secos, Sr. Gualdino Carqueja (Felgar), que nos ofereceu um lote de livros de sua edição, sob o título "A Amêndoa na doçaria tradicional", com prefácio de sua mãe, a Srª Drª. Maria da Assunção Carqueja Rodrigues. Esta obra pode ser pedida directamente à empresa editora (229413619), ou ao Museu do Ferro & da Região de Moncorvo (279252724).



Para saber mais, sobre esta actividade, pode ver a notícia no jornal "Nordeste", clicando sobre os links:

1 - Jornal "Nordeste" (28.10.2008): http://www.jornalnordeste.com/index.asp?idEdicao=240&id=10466&idSeccao=2227&Action=noticia

2 - "Terra Quente" (4.11.200): http://www.imprensaregional.com.pt/jornal_terra_quente/index.php?info=YTozOntzOjU6Im9wY2FvIjtzOjExOiJub3RpY2lhX2xlciI7czoxMDoiaWRfbm90aWNpYSI7czozOiI0MTEiO3M6OToiaWRfc2VjY2FvIjtOO30=

3 - "Mensageiro Notícias" (7.11.2008) - reportagem muito completa, a não perder! : http://www.mensageironoticias.pt/noticia/978

segunda-feira, 20 de outubro de 2008

5ª. Partidela Tradicional da Amêndoa

Informamos todos os interessados que se realizará, no próximo sábado, dia 25 de Outubro, a 5ª Partidela Tradicional de Amêndoa, com início pelas 15;30 horas, no auditório do Museu do Ferro & da Região de Moncorvo. Este anos contamos com a colaboração e presença da Associação de Amigos do Museu do Douro, sedeada em Peso da Régua, o que dará um alcance mais regional a este evento.



A sessão será animada com música tradicional, a cargo dos nossos amigos da Tuna da Lousa e arredores (sendo a maior parte dos artistas do lado Oeste do concelho de Torre de Moncorvo). Este grupo já actuou na Partidela de 2007, no passeio da Pascoela realizado em Março de 2008 e tem realizado vários concertos no concelho de Torre de Moncorvo e na região do Douro, sempre com enorme sucesso.

No final da actividade, haverá, como é da praxe, uma merenda composta por produtos da terra, tal como se servia dantes, ao final das “partidas” ou “partidelas” da amêndoa. Estes géneros são oferta de produtores e do comércio local, além de algumas pessoas particulares, a quem o Museu agradece o contributo e a boa vontade.



Como já informámos em edições anteriores, a “partição” ou “partida” da amêndoa, consistia na reunião das famílias, vizinhos e amigos, para, ao serão, durante as noites frias de Outono ou Inverno, se “entreterem” a quebrar a casca lenhosa das amêndoas, a fim de venderem o grão, pois assim era mais bem pago pelos negociantes de frutos secos. Era um momento de trabalho, mas também de confraternização e de amena cavaqueira.

Este sistema de entreajuda, um pouco na linha do comunitarismo transmontano, era sobretudo usado pelos pequenos e médios proprietários.

Os grandes proprietários, por seu lado, chamavam gente à geira, normalmente mulheres, para executarem esse trabalho, o qual era pago consoante os alqueires que enchiam, completamente a transbordar. Disso nos dá conta o escritor moncorvense Campos Monteiro (1876-1933) na sua novela “Tragédia de um coração simples, in Ares da Minha Serra (editada por volta de 1932):
“A partição da amêndoa, em casa da Srª D. Clotilde Paredes, começava por alturas das oito horas da noite e terminava infalivelmente às dez e meia (…) E toda a bendita noite, erguendo e descendo o braço, as mulheres despediam pancadas secas, separando as duas valvas da casca lenhosa de onde surgia, como pérola baça em concha de ostra, a semente oblonga e saborosa”.

É preciso recordar que boa parte do concelho de Torre de Moncorvo se situa na chamada Terra Quente Transmontana, com um microclima mediterrânico, onde se dão bem a vinha, a oliveira e a amendoeira. Esta última cultura, que é também responsável pelo cartaz turístico da Amendoeira em Flor, tem conhecido uma certa regressão nas últimas décadas, razão pela qual as “partidas” da amêndoa deixaram de se verificar. Já antes disso, as máquinas britadeiras tinham começado a substituir a mão humana.

No entanto, as memórias persistem, e o Museu do Ferro, querendo recuperar estas tradições e, simultaneamente, desenvolver uma certa “museologia de proximidade”, envolvendo pessoas de todas as idades e de diversas proveniências (habitantes locais e visitantes de outras paragens) volta a reeditar esta actividade, que já é um cartaz habitual, nesta época do ano, sempre com assinalável êxito!

Por motivos logísticos, agradecemos que nos confirme a sua inscrição para o telefone 279252724.


Venha reviver velhos tempos! - Contamos com a sua presença!!

segunda-feira, 13 de outubro de 2008

Palestra sobre minas de ouro romanas, pelo Doutor Alexandre Lima (FCUP)

Realizou-se no passado dia 11 de Outubro, no Museu do Ferro & da Região de Moncorvo, mais uma palestra sobre temas geológico-mineiros, desta feita sobre minas de ouro romanas em Portugal, sendo apresentada pelo Doutor Alexandre Campos Lima, professor da Faculdade de Ciências da Universidade do Porto.

O professor fez-se acompanhar por um grupo de alunas de mestrado, tendo visitado previamente o Museu e as minas de Ferro de Moncorvo, passando pelo escorial de Lamelas.


A palestra teve lugar da parte da tarde, no auditório do Museu do Ferro. O Doutor Alexandre Lima fez uma abordagem geral das minas de ouro em Portugal, principiando de Sul para Norte, e apoiando-se quer no seu conhecimento de campo, quer na bibliografia disponível, de que salientou o estudo pioneiro de J. Silva Carvalho e O. da Veiga Ferreira, intitulado: “Algumas lavras auríferas romanas” (1954).

Quanto ao Sul de Portugal, foram referidas as minas de Canal Caveira, Aljustrel e S. Domingos (Mértola), localizadas “grosso modo” na faixa piritosa que se estende do Alentejo à Andaluzia. A oxidação dos sulfuretos à superfície originam os chamados “chapéus de ferro”, em cujas intrusões se formava o ouro. Por exemplo, nas famosas minas de Aljustrel (pirites) ainda se encontram alguns vestígios de “cortas” de exploração aurífera.

Outra forma de ocorrência do ouro é por deposição aluvionar, como acontecia na Adiça, na foz do Tejo, local já conhecido pelos romanos (sendo talvez a estas minas que se referiam os escritores latinos Justino e Estrabão), sabendo-se que ainda nos séculos XV e XVI aí se explorava ouro.

Outro caso de exploração aluvial é o das “conheiras” de Vila de Rei, em que os romanos desenvolveram complexas obras hidráulicas (com recurso a diques, aquedutos, levadas e poços), a fim de desagregar a rocha e recolher o ouro > sobre este assunto, ver artigo da revista National Geographic/Portugal, nº. de Abril de 2008,


No que respeita à região de Trás-os-Montes Ocidental, foram apresentadas imagens dos vestígios mineiros da zona de Boticas (Limarinho, Poço das Freitas, Batocas, castro de Sapelos, Lagoa do Brejo) e Jales-Três Minas (Vila Pouca de Aguiar), onde existiu um vasto complexo mineiro a céu aberto mas também com algumas galerias, que tem sido estudado nos últimos anos por equipas interdisciplinares da arqueólogos e geólogos. Como resultado deste trabalho, está a ser criado um centro interpretativo, podendo-se, desde já, fazer visitas guiadas, por marcação, junto do município de Vila Pouca de Aguiar.

O Doutor Alexandre Lima falou depois, mais desenvolvidamente, do complexo mineiro romano de Castromil, no concelho de Paredes, de que é o responsável, tendo principiado pelo enquadramento geológico, de que sobressai o anticlinal de Valongo, que principia a cerca de 16 km a Este da cidade do Porto até Castro Daire. É neste anticlinal se localizam as minas de Castromil e o complexo mineiro da Serra das Banjas. Este está inserido na faixa auro-antimonífera do Douro, sendo constituído por 6 concessões: Poço Romano, Ribeiro da Castanheira, Vale do Braçal, Vale Fundo, serra do Montezelo, vargem da Raposa e Serra do Facho.
No contexto geológico das Banjas/Castromil as mineralizações de ouro ocorrem em “armadilhas tectónicas”, nas charneiras das dobras, tendo os romanos efectuado a sua exploração em minas a céu aberto e subterrâneas. Nas galerias romanas encontram-se vários “lucernários”, que eram nichos onde se colocavam as “lucernas” (lamparinas de azeite) para iluminação. Infelizmente, muitos dos vestígios das explorações a céu aberto foram destruídos pela plantação de eucaliptos, como aconteceu em Montezelo, nos inícios dos anos 80. No entanto, foram ainda identificados muitos vestígios como aras romanas, moinhos de pilão, mós rotativas, vestígios cerâmicos, em muitos pontos desta região, os quais foram estudados por uma aluna de mestrado de geologia, actualmente a trabalhar na câmara municipal de Paredes.


Já no final, o Doutor A. Lima falou do “castro” de Senhora do Castelo do Urros e do Buraco dos Mouros (concelho de Torre de Moncorvo), baseando-se noutra tese de mestrado de autoria de Carla Martins. Na sua opinião, a mina do Buraco dos Mouros, uma pequena cavidade na vertente do “castro” de Srª. do Castelo (povoado fortificado da Idade do Ferro, com vestígios de romanização e do período medieval), teria a ver com a exploração aurífera, visto que o local se encontra na zona de charneira de uma dobra geológica, havendo também aqui intercalações de rocha negra, pelo que é possível que tenha havido precipitação de fluidos ricos em ouro.

Ainda no que respeita ao concelho de Torre de Moncorvo, sabemos que houve aproveitamento de ouro aluvial no rio Douro, no termo do Peredo dos Castelhanos (segundo fonte do século XVIII) e há notícia de uma importante mina de ouro entre o chafariz de Lamelas e o rio Sabor (segundo documentação do século XIX). - Em prospecções realizadas por uma equipa do PARM, em 2006, localizou-se uma escombreira de aspecto muito antigo no vale de Lamelas, junto de um valado actualmente preenchido por densa vegetação, local que merece ser estudado a fim de se avaliar do seu interesse. Estas informações foram comunicadas ao Doutor Alexandre Lima, que sugeriu a criação de uma equipa multidisciplinar formada por geólogos e arqueólogos para se levarem a cabo estes estudos, já que nem só de Ferro viveu o Homem nas terras de Moncorvo.
(Fotos PARM)

terça-feira, 7 de outubro de 2008

7 de Outubro: Hoje é Dia dos Castelos!

Logo após a fundação da APAC (Associação Portuguesa dos Amigos dos Castelos - http://www.amigosdoscastelos.org.pt/) em 1983, foi instituído um Dia Nacional dos Castelos, celebrado pela primeira vez em 1984.

Inicialmente foi escolhido para as comemorações o primeiro sábado de Outubro, passando a ser uma data fixa (7 de Outubro) em 2003.

Desdo o iníco que a APAC celebra este dia em diversos castelos mais emblemáticos de Portugal, aproveitando a ocasião para divulgar e reflectir sobre a importância do património fortificado.

Por várias vezes recebemos em Torre de Moncorvo a visita de excursões organizadas de membros da APAC, enquadradas por elementos da Direcção, como ainda recentemente, em Março do corrente ano. Infelizmente, o facto de se ter demolido, no século XIX, o Castelo de Torre de Moncorvo, praticamente inviabiliza a possibilidade de termos aqui umas comemorações oficiais, pois falta-nos essa silhueta altaneira de torres e ameias que, se existisse, hoje era, sem dúvida, um trunfo poderoso, do ponto de vista turístico, aliado à imponente igreja matriz do século XVI-XVII.

Por isso, nesta data, chorando essa perda sobre o Muro das Lamentações (que parece ser o que resta da velha muralha virada à praça Francisco Meireles), aproveitamos para lembrar o nome de um homem que já nesse tempo, nos idos dos anos 40 do século XIX, ousou escrever uma carta à rainha D. Maria II protestando contra a barbaridade que se estava a cometer, responsabilizando pelo facto "cinco ignorantes indivíduos" (palavras suas) que compunham então a Câmara de Torre de Moncorvo... Estes defenderam-se com opções urbanísticas e até de salubridade, fundamentais à época, mas, a verdade é que, face ao que se perdeu, vistas as coisas hoje, no século XXI, e mais de 170 anos depois, o nosso defensor do Património tinha razão! - Por isso, e porque este terá sido um dos primeiros defensores do Património monumental em Portugal (tal como Alexandre Herculano), o seu nome merece ser aqui lembrado: JERÓNIMO JOSÉ DE MEIRELLES GUERRA.

É nossa intenção adoptar este moncorvense como patrono de uma célula local da APAC que tencionamos criar, tendo em vista a valorização do Castelo de Torre de Moncorvo, cujo projecto de musealização a autarquia pretende candidatar ao QREN, depois das escavações realizadas desde os finais dos anos 80. Mas o concelho de Torre de Moncorvo possui ainda outras fortificações medievais que merecem ser lembradas e que são as ruínas de Santa Cruz da Vilariça (conhecidas por Vila Velha ou Derruída) e alguns vestígios do castelo de Mós.

Sugerimos aos nossos associados e outros interessados, nesta data ou logo que possível, uma visita a estes locais. Se quiserem saber mais, dirijam-se à nossa sede provisória, agora no Museu do Ferro & da Região de Moncorvo.

Aqui ficam algumas fotos das ruínas do Castelo de Torre de Moncorvo, construído no século XIV no ponto mais vulnerável da cerca (ou fortaleza) mandada construir por D. Dinis, pouco antes de 1295 (relembramos que o foral moncorvense é de 1285):

Pano lateral da muralha do Castelo propriamente dito, a qual foi rebaixada e aterrada, construindo-se depois, num dos lados, o actual edifício dos Paços do Concelho. Vê-se ainda, de lado, o arranque do arco de uma das Portas da Vila, de onde seguia a cerca que protegia o bairro do Castelo.

Muralha da cerca e parte do muro do Castelo (alcáçova), vendo-se o que resta de um cubelo. A porta ao fundo corresponderia à chamada "porta da traição".

Ruínas da alcáçova (zona residencial do alcaide/castelão), no interior do castelo. Estas edificações teriam sido destruídas e soterradas no séc. XIX e começaram a ser escavadas no final dos anos 80, sob indicação do IPPC e sob responsabilidade do município de Torre de Moncorvo e do PARM (direcção técnica e científica). Os trabalhos arqueológicos foram retomados em 2001 pela empresa ArqueoHoje, com patrocínio da Câmara Municipal de Torre de Moncorvo.

Arco da Senhora dos Remédios, a única porta da cerca da vila que subsistiu, graças ao facto de se ter colocado uma capela sobre o arco. Do lado direito, vê-se o que resta de um bastião tronco-cónico em alvenaria de xisto.

A antiga muralha da cerca medieval protegia o burgo intra-muros. Mais tarde, posteriormente ao século XVI-XVII, novas casas se foram encostando ao lado exterior da muralha. Durante obras de demolições e reconstruções, a muralha lá aparece. Em raras situações a sua alvenaria é deixada à vista, dependendo da sensibilidade dos proprietários...


Vestígios da muralha e de um cubelo, na R. Tomás Ribeiro, ainda com significativa altura. Parte deste cubelo foi destruído em obras realizadas nos anos 80, o que motivou um embargo de obras. Actualmente a reconstrução de um novo edifício foi permitida, sob certas condições. - Não é fácil nem pacífica a coexistência das populações com estes vestígios do passado colectivo...

Fotos: PARM



segunda-feira, 6 de outubro de 2008

Palestra no Museu



Caros sócios do PARM, amigos do Museu e frequentadores deste blog,

No seguimento das actividades geológicas que têm sido promovidas, no decorrer deste ano, pelo Museu do Ferro & da Região de Moncorvo e pelo PARM, vimos convidá-los para mais uma actividade inserida neste âmbito. Trata-se de uma palestra, dedicada à Mineração aurífera romana em Portugal, que será proferida pelo Prof. Doutor Alexandre Campos Lima, docente do departamento de Geologia na Faculdade de Ciências da Unversidade do Porto, no próximo Sábado, dia 11, no Auditório do Museu do Ferro.

Contamos com a vossa presença!

segunda-feira, 29 de setembro de 2008

Fruta da época, dos jardins do Museu

Informam-se todos os interessados que, à semelhança dos anos anteriores, oferecemos saborosas romãs (produto garantidamente biológico!), provenientes dos jardins do Museu, a troco de um modesto contributo para as despesas da "casa" (que são muitas, como se sabe).


A romã é um fruto tipicamente mediterrânico que se dá bem na nossa região, atendendo ao nosso micro-clima. As romanzeiras dos jardins do Museu já aí existem há muitos anos, e não será por acaso que o bairro que fica mesmo ao lado se chama bairro da Romanzeira...


Deixamos a sugestão de uma salada de romã regada com um bom vinho generoso do Douro (vulgo "vinho do Porto"). Uma sobremesa fresca, outoniça e saborosa, para esta época do ano...

Se assim o preferir, pode vir saboreá-la aqui ao museu. - Fica o convite!!

Inauguração da Exposição de Pintura "Na crista da onda", no Museu do Ferro

Foi inaugurada, como previsto, no passado dia 27 de Setº., a exposição de pintura intitulada "Na crista da onda", de autoria de um conjunto de artistas da nossa região.

Esteve presente numeroso público, para além das artistas representadas e a sua Mestra, a srª. D. Manuela Martins, de Carrazeda de Ansiães, e a residir presentemente em Vila Real.

Esta exposição vem o seguimento de outras, realizadas nos anos anteriores, em parte pelo mesmo grupo de artistas, pelo que dá para notar a significativa evolução das pessoas que começaram primeiro, esperando-se igual evolução para quem começou depois, ou se está a iniciar agora. Como elas próprias escreveram no folheto distribuído na inauguração: "Começámos com 'O início de um sonho', realizámos 'Evasões', seguimos com 'Prosseguindo' e atrevemo-nos a andar 'Na crista da onda', por sentirmos já alguma segurança".

O Sr. Presidente da Câmara, Engº Aires Ferreira, notando que todas as artistas eram senhoras e meninas, desafiou também os homens a exercitarem a sua sensibilidade, juntando-se a este grupo. Por seu lado, o encarregado do Museu, representando também o PARM, insistiu na maior utilização do espaço do Auditório, onde a exposição está patente, com uma localização privilegiada no meio de um belo jardim, para exercício da actividade artística ao vivo, ao estilo de um atelier-galeria.

Estão patentes mais de 40 trabalhos, a óleo, acrílico e carvão, abarcando diversos temas, essencialmente de tipo figurativo (paisagens, motivos florais, etc.). As artistas representadas são as seguintes: Aida Cunha, Ana Rodrigues, Conceição Durão, Conceição Venda, Francisca Meireles, Fátima Reis, Manuela Costa, Manuela Martins, Nádia Graça, Teresa Graça, Rosalina Cardoso.

A exposição ficará patente até ao final do mês de Outubro, podendo ser vista entre as terças-feiras e Domingos, durante as horas normais de funcionamento do Museu.

Os visitantes poderão ainda fruir do espaço, comodamente sentados(as), tomando um café, um chá ou um Port Wine.

Fica o convite!

Fotos de alguns momentos da inauguração:


(Fotos de Rui Leonardo/PARM)