quinta-feira, 23 de junho de 2011

palestra sobre Morcegos

Conforme aqui anunciado, teve lugar no passado dia 18 de Junho, no salão do Museu do Ferro, a palestra sobre Morcegos da região de Moncorvo, proferida pelo Engº. Afonso Calheiros, numa co-organização do Museu do Ferro/Câmara Municipal de Torre de Moncorvo/PARM e Instituto Politécnico de Bragança, através de colaboração da estagiária Liliana Branco, aluna finalista da ESEB (Escola Superior de Educação de Bragança), da licenciatura de Educação Ambiental.

O engº. Afonso referiu, no decurso da palestra, que existem mais de um milhar de espécies de morcegos, sendo o maior que existe em Portugal o morcego arborícola, com 45 cm de envergadura. São animais nocturnos, essencialmente insectívoros, o que é benéfico, em termos de controlo de pragas de insectos, nomeadamente mosquitos. Na zona de Moncorvo habitam sobretudo cavidades rochosas, buracos de minas, ou edifícios antigos, como é o caso da igreja matriz desta vila, onde se encontra a 2ª. maior colónia de morcegos-rabudos em Portugal. Ainda na nossa região, encontra-se o morcego-anão, o morcego de ferradura (grande e pequeno), o morcego de peluche (em grutas e minas), o morcego orelhudo, o morcego negro (que se encontra nas fendas das árvores, nomeadamente na mancha de carvalhos da serra do Roboredo), o morcego de água, que habita as linhas de água, nomeadamente no vale do Sabor.

As principais ameaças aos morcegos são os pesticidas, a deflorestação sem regras, as visitas descontroladas a minas e grutas, entre outros.

O período de 2011-2012 foi declarado Ano Internacional do Morcego (Year of Bat), pela IUCN (International Union for Conservation of Nature), pela convenção do UNEP (Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente) para a Protecção de Espécies Migrantes (CMS) e do Acordo para a Conservação de Morcegos Europeus (Eurobats). Ver mais: http://www.yearofthebat.org/

Sobre este assunto, ver mais:
http://www.torredemoncorvo.pt/palestra-sobre-morcegos-na-regi-o-de-moncorvo

sábado, 18 de junho de 2011

Palestra sobre Morcegos, HOJE, no Museu do Ferro:

No âmbito das comemorações do Ano Internacional do Morcego (Year of Bat) - 2011/2012, realiza-se hoje uma palestra sobre o tema, no Museu do Ferro & da Região de Moncorvo, com início às 14;30h - a não perder!

segunda-feira, 13 de junho de 2011

Rota do Ferro em BTT da Carvalhosa a Stª. Leocádia, em dia de festa!

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No passado dia 10 de Junho (dia de Portugal e de festa de Santa Leocádia, em Torre de Moncorvo) teve lugar a 2ª. edição da Rota do Ferro em BTT (Bicicleta de todo-o -terreno), na sua versão "Pelos caminhos do Roboredo". Esta iniciativa, co-organizada pelo Museu do Ferro/Município de Torre de Moncorvo/PARM e Junta de Freguesia de Torre de Moncorvo, foi este ano incluída no cartaz da festa de Santa Leocádia, numa espécie de "dois em um", de forma a rentabilizar recursos. Esta actividade foi ainda integrada no programa de estágio de Liliana Branco, aluna estagiária do curso de Educação Ambiental da Escola Superior de Educação/Instituto Politécnico de Bragança.
No final do percurso os ciclistas juntaram-se ao numeroso povo que subiu à capelinha do alto da serra, participando no programa da festividade e retemperando energias com um excelente almoço volante oferecido pela Junta.
Aqui fica a reportagem (clicar sobre as fotos para AMPLIAR):





Um membro da direcção do PARM faz uma breve resenha sobre as minas de ferro de Moncorvo, destacando o período áureo da sua exploração, nos anos 50 do séc. XX, pela ex-Ferrominas.


De seguida, os participantes puderam espreitar a galeria de Santa Bárbara, nas minas da Carvalhosa - onde a exploração foi sobretudo a "céu aberto".


O património mineiro continua a ser vandalizado: já pouco resta do grande pavilhão das oficinas gerais da Ferrominas, na Carvalhosa.




Galeria da Cotovia, ou "mina do Zé Derreado" (anos 30 do séc. XX) - a Liliana Branco convida a entrar, apesar dos milhões de mosquitos que guardam a entrada...

Um visitante mais afoito foge dos mosquitos... - um bocadinho de aventura também faz parte.


Agora pela mata de carvalhos negrais (quercus pyrenaica). Foi este tipo de robor ("carvalho", em latim), que deve ter determinado o nome da serra, certamente no tempo dos romanos...



Finalmente a chegada à antiga capela de S. Bento, agora mais conhecida por Santa Leocádia. Em primeiro plano, à esquerda da entrada: Santa Teresa e S. Lourenço; do lado direito: Santa Leocádia e S. Bento. Imagens inspiradas pelo pietismo popular de há séculos, bastante rústicas, e que só em dias de festa se mostram ao público. Supomos que esta capelinha deva remontar ao século XVII ou inícios de XVIII.




Entre as belas peças de arte sacra patenteadas, destacamos este óleo sobre madeira (propriedade da Junta de Freguesia de Torre de Moncorvo), representando três frades franciscanos em oração, um quais com uma faca espetada na cabeça. Esta cena foi interpretada por Eugénio Cavalheiro (especialista em História de Arte e presidente da direcção do PARM) como sendo uma evocação dos Santos Mártires de Marrocos, um grupo de frades enviados por S. Francisco de Assis a Marrocos, em missão de evangelização, e que culminou no martírio dos franciscanos, no ano de 1220. É provável que este retábulo tenha sido pintado por algum frade do convento de S. Francisco de Torre de Moncorvo, ou encomendado por esta instituição religiosa, em cuja igreja se encontraria. Com a extinção do convento, no séc. XIX, estes fragmentos artísticos devem ter ido parar à capela de S. Bento/Stª. Leocádia. Foi objecto de restauro recente e integrou a exposição "Memórias de Fé", inaugurada em Março de 2008 no Centro de Memória de Torre de Moncorvo (vd. respectivo catálogo, nº. 30).


Já nos anos 60 do século XX, com a chamada Guerra do Ultramar, incrementou-se a devoção à Santa Leocádia, que as mães de Moncorvo invocavam para protecção dos seus filhos, algures em África a combater a guerrilha. Aqui se vêm várias fotos de soldados, funcionando como ex-votos, ou então para os quais se pediu protecção. Terá sido o incremento desta "devotio" a Santa Leocádia que "destronou" S. Bento como patrono principal deste pequeno oratório de montanha.



Vale a pena visitar este local (agora com acesso fácil, de automóvel, por estrada asfaltada), mesmo sem ser em dia de festa, pois é deslumbrante o espectáculo em redor. A outra opção é juntar-se a um grupo de amigos "com pedalada" e fazer a "Rota do Ferro-pelos caminhos do Roboredo", desde a Carvalhosa. Fica a sugestão para um fim-de-semana.



Texto e fotos de N.Campos e Liliana Branco

sábado, 11 de junho de 2011

Exposição "Escombros-minas trasmontanas" de José Luís Gonçalves, em Bragança

Foi apresentada em Bragança entre os passados dias 6 e 9 de Junho a exposição "Escombros - minas trasmontanas", de José Luís Gonçalves. Lembramos que esta exposição foi inaugurada no Museu do Ferro e da Região de Moncorvo em 9 de Agosto, tendo estado patente até ao final do mês de Setembro (ver: http://parm-moncorvo.blogspot.com/2008/09/exposio-escombros-as-minas-de-trs-os.html). Aproveitando agora o contexto de um estágio de uma aluna do curso de Educação Ambiental da Escola Superior de Educação do Instituto Politécnico de Bragança, Liliana Branco, aquela escola, em colaboração com o Museu do Ferro/Câmara Municipal de Torre de Moncorvo/PARM e ainda com o autor da exposição, decidiu apresentar esta mostra fotográfica nas suas instalações.



O Dr. José Luís Gonçalves, explicando os conteúdos da exposição


E para melhor dar a conhecer este trabalho, nada melhor do que suspender as grandes fotos nas galerias de passagem, onde o autor, na tarde do dia 6 de Junho, explicou a todos os presentes as suas motivações quando fez este périplo pelas minas trasmontanas abandonadas, em 2005. Muitas destas fotos são já históricas, já que entretanto as instalações foram erradicadas, no âmbito de uma controversa política de "recuperação ambiental", enquanto outras vêm atingindo um grau de destruição/vandalização cada vez maior.


Outro momento da explicação de José Luís Gonçalves, sobre o seu trabalho

Procurando complementar a exposição, a organização promoveu um colóquio/debate sobre o tema "As minas de Trás-os-Montes - Escombros ou património para o desenvolvimento?", em que foram intervenientes, por parte da organização, os Professores Luís Filipe, Conceição Martins (da E.S.E.B./I.P.B.), aluna estagiária e o autor da exposição, José Luís Gonçalves; seguiram-se os seguintes oradores convidados: Engº. Aires Ferreira (Presidente da Câmara Municipal de Torre de Moncorvo), Arqtº. Carlos Guerra (Consultor da MTI-Mining Technology Investiments), Dr. Francisco Lopes (Presidente da Junta de Argoselo, Vimioso, e antigo trabalhador dessas minas), Dr. Nelson Campos (técnico de património e museólogo, em representação do PARM), Dr. Rui Rodrigues (geólogo), Drª. Emília Nogueiro (mestre em Museologia e professora de Património na ESEB, e Sr. Joaquim Vieira (antigo mineiro da Ferrominas, Moncorvo). Depois de um breve depoimento por parte de cada um dos intervenientes, seguiu-se uma sessão de perguntas e respostas com alunos e professores presentes no auditório da E.S.E.B..

- Para saber mais sobre este assunto, ver: http://recortesipb.blogspot.com/2011/06/minas-de-tras-os-montes.html

quinta-feira, 2 de junho de 2011

AAACCM em visita a Mós

No passado domingo, dia 29 de Maio, a Associação dos Antigos Alunos e Amigos do ex-Colégio Campos Monteiro de Torre de Moncorvo, promoveu uma visita a Mós, no âmbito do seu convívio anual.
A convite da direcção da AAACCM, a visita foi guiada por um elemento da direcção do PARM e pelo Presidente da Junta de Freguesia, Sr. Paulo Bento, tendo-se seguido uma proposta de roteiro do Dr. Carlos Sambade, mozeiro ilustre e membro das associações referidas. Foram percorridos os principais recantos da antiga vila de Mós, onde ainda se respira o ar dos tempos medievos, apesar do processo de ruína de muitos imóveis e alguma descaracterização de uns poucos. Como se concluíu da visita, impõe-se um plano de salvaguarda, recuperação e valorização desta belíssima povoação, que bem merece ser acarinhada.
Aqui fica um breve registo:
A viagem no tempo principiou pelo pelourinho, símbolo de uma municipalidade firmada pelo senhor rei D. Afonso Henriques em 1162, e abatida em 1836 (ano em que o concelho de Mós foi integrado no de Torre de Moncorvo).
Deambulando pela viela que atravessa o "castelo", ou seja, a velha cerca medieval.


Ao lado da antiga casa da câmara (hoje sede da Junta de Freguesia), a velha cadeia da vila.


Casas interligadas por construção em madeira, sobre uma viela, solução arquitectónica característica de tempos recuados.


Visitando a capela de Santa Cruz (obra do século XVIII), graças à solicitude das mordomas que prontamente acorreram com a chave!


Na Santa Cruz, apesar de muito "modernizada" por dentro, venera-se um precioso Crucifixo emoldurado por singelo retábulo de talha do século XVIII.


Por vezes o cimento soergue-se da harmonia do xisto ancestral. Como remediar estas notas dissonantes?


Nova construção utilizando a pedra da região, ao menos no revestimento. - Exemplos a seguir.


Depois da volta, que incluíu ainda uma visita ao santuário de Santa Bárbara, rua de Baixo, rua dos Olminhos, Quebra-cús, igreja matriz, eis que se regressa à praça, ponto de partida do passeio. Ao longo do trajecto os guias foram identificando os espaços e referindo diversos aspectos da história da localidade, nomeadamente as recentes escavações arqueológicas realizadas na necrópole situada junto da cabeceira da igreja, e onde surgiram ossadas de enterramentos medievais (trabalhos realizados pela empresa ArqueoHoje em 2007).


A jornada terminou na "domus municipalis" (casa do município) de Mós, onde a Junta de Freguesia ofereceu um excelente aperitivo, fazendo jus à hospitalidade trasmontana.





Txt. e fotos de N.Campos