Realizou-se no passado dia 2 de Fevereiro a Assembleia Geral do PARM (Projecto Arqueológico da Região de Moncorvo), para apreciação dos relatórios de actividades e de contas relativos ao ano anterior, os quais foram aprovados por unanimidade.
Quanto às actividades realizadas, foi destacado pela direcção cessante a realização do ciclo de palestras sobre história e património local, que decorreu ao longo do ano, como forma de se assinalar o 20º aniversário da associação. Foram ainda referidos os passeios culturais temáticos, com alunos das escolas de Torre de Moncorvo, nomeadamente sobre a Rota da Seda/Freixo de Espada à Cinta e Arqueologia Romana/Freixo de Numão, além das actividades relacionadas com a gestão do Museu do Ferro, o qual é gerido pelo PARM em parceria com a Câmara Municipal de Torre de Moncorvo. De seguida foram apesentados os relatórios de Contas do PARM e do Museu pela Bersal, empresa de contabilidade, mediante dados disponibilizados pelo Tesoureiro da Direcção.
O Encarregado do Museu, que é igualmente secretário da direcção, relatou mais pormenorizadamente as acções levadas a cabo pelo Museu, como por exemplo as exposições temporárias e tarefas organizativas internas, com aquisição de vários equipamentos. Disse ainda que se verificou um certo aumento do número de visitantes relativamente aos anos anteriores, tanto para a exposição permanente como para as exposições temporárias, o que considerou muito positivo, tendo em conta o cenário de crise económica que se atravessa.
Seguiu-se a votação da única lista apresentada para os corpos sociais para o biénio de 2008 e 2009, que foi aprovada por unanimidade. Com poucas alterações relativamente ao mandato anterior, os corpos sociais passaram a ter a seguinte composição:
Mesa da Assembleia Geral - Eugénio Cavalheiro;
Secretário - Arnaldo Silva;
Vogal - Rui Teixeira.
Presidente da Direcção - Afonso Calheiros e Meneses;
Tesoureiro - António Botelho;
Secretário - Nelson Rebanda;
1º. Suplente - Rui Leonardo;
2ª Suplente - Liliana Reis.
Presidente do Conselho Fiscal - Helena Pontes;
Secretária - Cláudia Lourenço;
Vogal - Conceição Martins-Wazir.
Quanto ao plano de actividades para o corrente ano, a direcção eleita propõe-se dar continuidade aos trabalhos em curso, tendo como prioridade a gestão do Museu do Ferro, uma vez que a valência “Museu” foi sempre assumida pela associação, desde os seus primórdios, como o corolário lógico da sua actividade. Neste campo, foi definida a continuação dos levantamentos sobre os antigos mineiros de Moncorvo, sobre os Ferreiros e Ferradores e sobre as Minas de Trás-os-Montes e Alto Douro (toda a informação está a ser organizada em base de dados informatizadas). Para o corrente ano está prevista uma exposição temporária sobre as minas de Ferro de Moncorvo, que servirá de complemento à exposição permanente dedicada ao Ferro. Por essa ocasião, intenta-se realizar um encontro dos antigos mineiros da Ferrominas, que poderão contribuir com preciosas informações sobre o modo de vida no tempo de laboração das minas, as quais foram encerradas nos meados da década de 80 do século XX.
Ainda no que toca ao Museu, o PARM espera reunir condições para a sua inclusão na Rede Portuguesa de Museus, sobretudo depois das obras de manutenção a realizar brevemente no edifício onde se encontra instalado, conhecido como solar do Barão de Palme.
No que respeita a outras actividades, a associação não perde de vista a preservação do património arqueológico e construído da região, em especial do vale da Vilariça, que se encontra ameaçado pela construção do troço de um IP2, como já foi noticiado. Foi ainda defendido que o espólio resultante de trabalhos arqueológicos no vale do Sabor, em consequência da barragem prevista para essa zona, deve ficar na região, em especial no Museu existente. Pretende-se que este seja representativo não só da temática do Ferro, mas também do conjunto da História local, de que a história do aproveitamento do ferro é apenas uma parte, embora muito significativa, e que justifica, aliás, o tratamento “ex-librístico” que lhe é dado.
Face às grandes obras referidas, foi salientada a necessidade de se preservarem, recuperarem e valorizarem as ruínas da vila morta de Santa Cruz da Vilariça, um povoado fortificado medieval que teve foral de D. Sancho II (em 1225) e que está na génese da actual vila de Torre de Moncorvo, após a doação do foral de 1285, por D. Dinis. Segundo a direcção do PARM, quanto a este sítio, deveria haver um projecto de salvaguarda com apoio do Estado, visto que é Monumento Nacional, mas também com a comparticipação dos promotores das referidas obras que vão afectar a envolvente paisagística das ruínas, para além do poder local, a quem a fruição turística do sítio naturalmente interessa. Este interesse pode-se estender também aos proprietários do imóvel (sociedade agrícola da Quinta da Portela), que deverão ser, aliás, os primeiros interlocutores de todo o processo.
Entre outras actividades constantes do Plano, figuram a preparação de publicações diversas e a necessidade de se apostar na educação patrimonial e ambiental, através de passeios pedestres e de contacto com a Natureza (com observação da flora, fauna e avifauna no seu meio natural). Estas são áreas em que o novo presidente da direcção, o engenheiro florestal Afonso Calheiros e Meneses se encontra perfeitamente à vontade, tendo em conta o seu currículo e as suas funções num parque natural da região.
No ponto final sobre "Outros Assuntos", o Presidente da Assembleia Geral e o Secretário da Direcção, informaram os sócios sobre o processo atribulado do Museu do Douro, que conduziu ao afastamento do Prof. Gaspar M. Pereira, por parte da Fundação Museu do Douro. Foi notado que o Prof. Gaspar é sócio do PARM desde há muitos anos e que durante a sua direcção houve sempre o melhor relacionamento com o Museu do Douro, o que motivou a Homenagem feita em Junho. Com a nova direcção do referido Museu, o Museu do Ferro foi ignorado no processo de constituição da rede de Museus do Douro. Todavia, foi dito que a recente mudança da Direcção da Associação dos Amigos do Museu do Douro se esperavam algumas mudanças para bem do projecto do Museu do Douro e da região duriense que integramos. Foi depois referida a posição tomada pela associação face à proposta do novo traçado para o IP2, que vai afectar vários sítios arqueológicos do Vale da Vilariça. O sócio Dr. Nuno Edgar também interveio com um conjunto de propostas, a saber: a necessidade de se estabelecerem parcerias com outras associações; criação de um boletim da associação e de um “site” para divulgação de actividades; criação de uma loja de produtos regionais (loja electrónica), apostando na gastronomia. Foi ainda abordada a questão das convocatórias e da Revisão do Regulamento Geral Interno, sendo nomeada uma comissão para tratar deste assunto.
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1 comentário:
Tomei hoje conhecimento da existência do PARM, é importante a levar ao cidadão comum o conhecimento da nossa história e da nossa cultura.
Bem hajam por encetarem tal luta.
Sou oriundo da Horta da Vilariça, lá criei um dos meus refúgios de fim de semana, sou um apaixonado por história e pelas histórias das gentes.
António Ventura
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