Depois dos buxos, desta feita coube a vez a dois teixos, também oferecidos pelo nosso presidente da direcção, Engº Afonso Calheiros.
O nome científico do Teixo é: Taxus baccata L.
Segundo o Guia de Campo - As árvores e os arbustos de Portugal continental (editado pelo Público, FLAD e LPN, com a coord. científica de P. Bingre, D. Espírito Santo, P. Arsénio e T. Monteiro-Henriques), é descrito assim: “espécie arbustiva ou arbórea dióica, de copa piramidal ou alargada, até 20 m de altura. Tronco com ritidoma castanho-avermelhado que se destaca em tiras. Folhas: lineares, verde-escuras, glabras, curtamente pecioladas, alternas, dispostas num plano (disticadas) por torção do pecíolo, com 10-30 x 1,5-2,5 mm e uma nervura média saliente que termina num pequeno mucrão (…). Habita: áreas pouco sacrificadas pelo fogo, normalmente localizadas na proximidade de cursos de água, nas serras altas do Norte e Centro. (…) toda a planta é muito tóxica exceptuando o arilo carnudo. Do teixo extrai-se o taxol, substância utilizada no tratamento de vários tipos de cancro, só recentemente produzida por hemisíntese química. A madeira do teixo é muito dura, resistente e elástica; muito procurada para trabalhos de marcenaria; no passado era uma das madeiras mais utilizadas no fabrico de arcos para a guerra e a caça. Muito frequente em jardins, com numerosas cultivares de interesse ornamental”.
Existe a planta macho e fêmea, ambas representadas no jardim municipal de Torre de Moncorvo e agora também no jardim do Museu do Ferro.
Segundo a mesma fonte (Guia de Campo - As árvores…), o teixo é uma das árvores de maior longevidade, podendo durar 1.000 anos! Por isso era considerada pelos celtas da
Irlanda “a mais antiga das àrvores”, segundo o Dicionário de Símbolos de J. Chevalier e A. Gheerbrant.
Nesta mesma obra, diz-se que “o teixo é, no mundo celta, uma árvore funerária e a Irlanda utiliza-o algumas vezes como suporte da escrita ogâmica (…). A madeira do teixo é por vezes utilizada também pela sua dureza no fabrico de escudos e lanças, o que denota também um simbolismo militar. Ibarsciath(escudo de teixo) é o nome de um jovem guerreiro irlandês e alguns nomes étnicos gauleses (Eburovices, combatentes do teixo, hoje Evreux) confirmam esta impressão. Não obstante, a propriedade essencial que parece ter ficado na base do simbolismo desta árvore é a toxicidade dos seus frutos. César cita o exemplo de dois reis gauleses dos Eburões que, depois de vencidos, se matam com teixo. A roda do druida mítico Mog Ruith (servidor da roda), que é uma roda do Apocalipse, era também de madeira de teixo. Eochaid (Ivocatus, que combate o teixo) é, por fim, um dos nomes tradicionais do rei supremo da Irlanda”.
Tudo boas razões para termos esta árvore nos jardins do Museu, esperando que ela ainda aí esteja daqui a uns 1.000 anitos...
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