No passado dia 27 de Março, o Museu do
Ferro & da Região de Moncorvo recebeu a visita de um grupo de 25 pessoas,
na sua maioria vindos de Espanha, no âmbito de um “Passeio da Páscoa” sob o
tema “Recorridos (percursos) geológicos de Portugal”, uma iniciativa promovida
pela RedIberica de Espacios Geológicos y Mineros e liderada pelo nosso amigo
Josep Maria Mata-Perelló, Professor emérito da Universidad de Barcelona. Esta
rede encontra-se em fase de estruturação há cerca de dois anos, contando já com
alguns parceiros em Portugal, integrando parques geológicos e mineiros, assim
como alguns museus associados a esta temática, como é o caso do nosso Museu,
aderente desde a primeira hora.
O referido grupo incluía vários professores do Ensino Secundário e Universitário, a quem se associaram dois professores do IPB (Instituto Politécnico de Bragança. No Museu do Ferro foi feita uma visita guiada, após uma introdução à História da região, em que se inscreve a mineração do ferro desde o período pré-romano.
Depois de uma breve visita à igreja matriz de Torre de Moncorvo,
construída com granitos da região, cortados e transportados de uma distância
considerável, o grupo rumou para a zona das antigas minas de ferro, tendo feito
escala no restaurante “Botelho”, para retemperar as suas forças antes de subir
ao alto da Carvalhosa. Aqui o responsável do Museu, Nelson Campos, fez uma
abordagem histórica da exploração mineira, referindo sobretudo a fase da
laboração pela empresa “Ferrominas”, ficando as explicações geológicas a cargo
do Professor Carlos Balsa, do IPB (Instituto Politécnico de Bragança). Foi
percorrida uma parte da galeria de Santa Bárbara e vista a zona de extracção a
céu aberto, pontuada pelos restos das infraestruturas mineiras, cada vez mais
vandalizadas.
No regresso, e com destino a terras de Macedo de Cavaleiros,
onde o grupo iria visitar, no dia seguinte, os pontos do Geoparque de Terras de
Cavaleiros, puderam ainda inteirar-se das condições geológicas da formação do
Vale da Vilariça, com origem numa importante falha tectónica. Para melhor
informação sobre este tema, foi feita uma paragem na simpática aldeia de
Assares (Vila Flor), para uma visita ao Centro Interpretativo do Cabeço da
Mina. Neste local, o professor Carlos Balsa, do IPB, explicitou o contexto
geomorfológico da Vilariça, destacando, entre outros aspectos, a origem das
nascentes hidrotermais de BemSaúde (Sampaio-Vila Flor). Por seu lado, Nelson
Campos (da DRCN), salientou a importância do achado do conjunto de estelas
pré-históricas do Cabeço da Mina (com cerca de 4000 anos), seu significado e
importância no contexto europeu.
Esperamos que esta visita possa vir a estimular mais um pouco o
turismo cultural e científico, alargando horizontes a uma escala ibérica.
por: N.Campos
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