quinta-feira, 28 de janeiro de 2010

Orçamento de Estado para Cultura promete olhar mais para o Património

Foi divulgado ontem (dia 27) no Jornal de Notícias, que a verba do Orçamento de Estado para a Cultura vai crescer em 11% face ao orçamento de 2009, apostando na "promoção da Língua Portuguesa e a reabilitação do Património". Este último é um tema muito caro à nossa associação, conforme temos alertado neste blogue (veja-se, por exemplo os post's de 10 de Agosto e de 18 de Novembro de 2009).

Esperemos que este incremento possa possibilitar a reabilitação necessária e urgente da Igreja Matriz de Moncorvo (Monumento Nacional afecto aos serviços do Ministério da Cultura), quer pelos problemas antigos, que se têm vindo a agravar - caso do muro do lado Poente, infestação dos altares por térmitas - mas também pelos problemas mais recentes - como é o caso das infiltrações na ábside do Altar das Chagas que obrigaram à remoção de algumas das imagens e que estão a destruir os retábulos de talha dourada, ou as infiltrações junto ao coro Sul.

Uma das medidas anunciadas, como se lê no recorte acima, é a criação de um "sistema de avaliação do estado dos imóveis classificados do Estado". Congratulamo-nos com esta medida, esperando que o Serviço de Bens Culturais das Direcções Regionais da Cultura implemente esse tipo de peritagens (para o que já demos um modesto contributo, no ano passado, no que toca à igreja matriz de Torre de Moncorvo), e, logo que haja disponibilidade de verbas, se passe à fase de recuperação, não descurando as medidas de manutenção e de conservação preventivas. Damos um exemplo: impõe-se, no caso de certas igrejas como a nossa, a limpeza dos canais de condução de águas pluviais, no topo das paredes ao nível dos telhados, normalmente obstruídos pelos excrementos de pombas, o que obriga à retenção de águas que geram infiltrações pelas paredes, interferindo depois com a estabilidade das estruturas.

Acrescentamos ainda que essas medidas de diagnóstico, e posterior intervenção, não se deveriam circunscrever aos "imóveis classificados do Estado", mas deveriam ser alargadas a outros imóveis (para já apenas os classificados) que sejam propriedade privada. Damos como exemplos o ermitério de Senhora da Teixeira (junto ao lugar de Sequeiros, fregª. de Açoreira, no concelho de Moncorvo), ou ruínas de Santa Cruz da Vilariça (fregª. de Adeganha, também no concelho de Torre de Moncorvo), isto só para mencionar dois casos a reclamar intervenção urgente, no nosso concelho. Muitos mais há, mas ficamo-nos por aqui, esperando que o reforço da dotação orçamental do M.C. não se fique apenas pelos monumentos mais emblemáticos de Lisboa, Porto e Algarve, ou pela orla litoral, dado que o interior é cada vez mais procurado como destino turístico.

Sem comentários: