Instalação da rede de captura de aves para demonstração.
Momento da palestra do Engº Afonso, sobre as aves da região
Outro aspecto da palestra e do público presente.
Sr. Norberto Santos, mostrando o material para estudo das aves.
Sr. Norberto recolhendo um pássaro que caíu na rede de captura.
Após este momento, com bastante público interessado, voltou-se aos jardins onde um Chamariz acabara de cair na rede. Foi-lhe colocada uma anilha simples (vermelha) sem outra indicação, embora na prática corrente se coloquem anilhas com identificação da instituição e um número de referência, como fazia o Professor Santos Jr.. Esta prática visava a reconstituição dos trajectos migratórios e as zonas de dispersão das aves.
Chamariz (Serinus serinus) recolhido na rede de captura montada no jardim do Museu do Ferro e que foi imediatamente libertado após identificação.
Da parte da tarde, e apesar da chuva, um grupo de “resistentes” fez o trajecto previsto do caminho pelo sopé do Roborêdo até à Quinta de Diogo Vaz (Mindel), Qtª. da Margarida, e Ecopista, de regresso a Torre de Moncorvo.
- Sobre este percurso, ver reportagem de Aníbal Gonçaves, um dos participantes, no Blog "À descoberta de Torre de Moncorvo": http://descobrirtorredemoncorvo.blogspot.com/
A vila de Torre de Moncorvo vista da antiga estrada real que seguia pelo sopé da Serra.
O caminho seguido, a partir da rua da estação de C.F., coincide com o da velha estrada real que terá sido usada, pelo menos desde a Idade Média até final do séc. XIX, pelos viandantes que quisessem ir para Mós, Freixo de Espada à Cinta ou Miranda do Douro. Uma boa parte do seu troço era calcetado com pedras ferrenhas (hematite), tal como a descreveu o Dr. João de Barros (ver "Geografia de Entre Douro e Minho e Trás-os-Montes") nos meados do século XVI: "há uma calçada toda em ferro entre a vila de Torre de Mencorvo e Mós". Infelizmente, uma parte dessa calçada foi coberta de asfalto, numa extensão de cerca de 1 km. Contudo, na parte não asfaltada, ainda se podem ver vestígios da tal calçada de hematite, até próximo da Quinta do Mindel, ou Diogo Vaz.
Mordomas da Senhora da Conceição, que encontrámos a cuidar desta capela, junto ao caminho.
Casa da Floresta (ou dos Serviços Florestais), um belo exemplar de arquitectura dos anos 40 do séc. XX, num estilo conhecido por "Português Suave". Em todo o caso é uma arquitectura integrada, que contrasta com o enorme e disforme armazém que lhe fica próximo...
Ao longo da jornada, para além das aves (um tanto recolhidas devido ao mau tempo), foi possível ver outros aspectos de interesse, como as espécies arbóreas (cedros, carvalhos, pinheiros), arbustivas (medronheiros) e vegetação rasteira com destaque para as flores campestres. Num bosque de carvalhos negrais, avistou-se um esquilo, que rapidamente se esgueirou pela árvore acima.
Os medronheiros continuam a medrar na serra, por entre o arvoredo. Já o escritor Campos Monteiro assinalara a sua presença neste local, no primeiro quartel do séc. XX.Na quinta de Diogo Vaz fomos cordialmente recebidos pelo feitor, que nos permitiu o vislumbre da magnífica paisagem, a partir do afloramento rochoso sobranceiro à casa da quinta, pertencente ao Sr. Engº. Guerra Junqueiro. Tomando depois o caminho desta quinta para a E.N. 220, passámos depois pela Quinta da Margarida, em direcção da Ecopista, a qual aproveitou o traçado do caminho de ferro, da Linha do Sabor.
Apesar da chuva, um grupo de entusiastas cumpriu o programa da caminhada pelo Roboredo, observando aves e a natureza em geral, além dos aspectos arqueológico-históricos.
Vista geral da Quinta de Diogo Vaz, ou de Mindel, talvez com origem num pequeno paço medieval.
4 comentários:
obrigado pelas iniciativas são sempre de louvar, só com continuidade destas se dá a conhecer toda a nossa terra.
Obrigado
Boa,
Está de parabéns o Museu por esta iniciativa. Museu não quer dizer cheirar a bolor e esta iniciativa mostra-o. Foi um prazer estar convosco.
Obrigado amigos, pelos vossos comentários e pelo vosso apoio.
Na verdade, o nosso conceito de "Museu" procura ir ao encontro de uma entidade viva e actuante. É Museu do Ferro, porque esta é a temática que privilegiamos; mas não foi em vão que lhe acrescentámos "e da região de Moncorvo". E a REGIÃO é o suporte do museu: a nossa missão é dá-la a conhecer nos seus múltiplos aspectos, saindo, tanto quanto possível, das quatro paredes do edifício. Ontem foi a vez das aves, mas também das plantas e da paisagem, ao longo do sopé da serra do Roboredo, por um caminho histórico. Agradecemos aos que estiveram presentes, mau grado o mau tempo, e os que estiveram em espírito, mesmo à distância, como foi o caso do Amigo Lopes, o nosso moseiro que anda lá pelas terras do Sul a lutar pela vida. Até um dia destes e Obrigado companheiros!
A direcção do PARM
INFORMAÇÃO COMPLEMENTAR:
Dia 31 de Maio, ao aparar as madressilvas da pérgola do Auditório do Museu, o funcionário António Botelho descobriu numa das trepadeiras um ninho de Chamariz (identificado no dia 1 de Junho pelo nosso presidente da direcção, Engº Afonso Calheiros). A ave encontra-se em fase de choco. Quando nascerem os passarinhos, esperamos dar-vos conta.
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