sexta-feira, 20 de dezembro de 2013

Boas Festas

(clicar sobre o cartão para AMPLIAR)

O PARM deseja a todos os seus associados e amigos um Santo e Feliz Natal e Próspero ano de 2014.

terça-feira, 3 de dezembro de 2013

Passeio Micológico procura destacar um velho caminho medieval

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Teve lugar no passado dia 30/11 mais uma edição do passeio micológico promovido pelo PARM em articulação com o Museu do Ferro & da Região de Moncorvo (CMTM/PARM), sendo a iniciativa coordenada pelo Engº. Afonso Calheiros e Menezes (da direcção do PARM e técnico superior do PNDI).

Como foi explicado aos vários participantes que não tiveram medo à geada que ainda de manhã se encontrava nas bordaduras do caminho, esta acção visava, para além de fomentar o interesse pela Micologia, acentuar a importância do itinerário seguido, um velho caminho medieval que no século XVI era descrito por um viajante que o seguiu, como "uma calçada toda em ferro".
O facto de bordejar o perímetro florestal, a antiga Mata Nacional do Roboredo, permite, igualmente, um contacto mais directo com esta mais-valia que temos ao pé da porta - a Serra - à qual os moncorvenses pouco ligam.  

Assim, passado que foi o modelo de "desenvolvimento" escorado em efémeros balões de oxigénio, consideramos que é tempo de se apostar em grande num modelo de desenvolvimento alternativo, sustentado, dirigido para os tão propalados "recursos endógenos", para o que a Mãe-Natureza põe ao nosso alcance, e dá-los a conhecer a um número cada vez maior de pessoas, quer da região, quer de fora dela.

Tendo em vista a definição de um conjunto de Percursos (articulados com a Ecopista da antiga Linha do Sabor), que em devido tempo daremos a conhecer, aqui ficam algumas imagens da edição de 2013 do Passeio Micológico, não esquecendo que este itinerário também já por nós foi utilizado numa iniciativa de observação de aves.
Engº. Afonso Calheiros explicando as regras do apanhador de cogumelos.

Achado de um Míscaro ("suillus granulatus")

Achado de uma "sancha" ("Lactarius deliciosus")

Mais dois míscaros - como outros cogumelos, costumam aparecer aos pares, ou em "manada"...

Mas há outros motivos de interesse à beira do velho caminho: vestígios da pedreira do Calhoal, um dos sítios de onde terá vindo a pedra para a monumental igreja matriz de Moncorvo.

A beleza da floresta, só por si justificaria o passeio...

Património edificado da 1ª metade do séc. XX: a casa florestal, harmoniosamente enquadrada na paisagem... 


Outro motivo de interesse: a antiga capelinha de N. Sª da Conceição.

Já no Auditório do Museu do Ferro: os participantes procedem à identificação de espécies recolhidas, recorrendo a manuais e ao saber do orientador da acção.

Seriação dos espécimes pelas suas afinidades e características.

Palestra sobre o mundo dos fungos e cogumelos, bem como as suas potencialidades para a economia local.

No final houve uma merenda, confraternização e pequeno magusto.

A organização agradece a todos os participantes, esperando realizar a próxima edição um pouco mais cedo e com mais divulgação.


(Txt. e Fotos: N.Campos)

terça-feira, 26 de novembro de 2013

Passeio Micológico e workshop - é já no próximo sábado, dia 30 de Novembro!

(clicar sobre o cartaz para o AMPLIAR)

A associação do PARM retoma os passeios micológicos iniciados há poucos anos (ver: http://parm-moncorvo.blogspot.pt/2008/11/1-passeio-micolgico-organizado-pelo.html  e
http://parm-moncorvo.blogspot.pt/2009/11/ii-passeio-micologico-e-workshop-em.html ), tendo em vista chamar a atenção para as potencialidades da serra do Roboredo em termos de biodiversidade, recursos naturais variados, beleza natural e salubridade, numa perspectiva ecológica, em suma.

O "passeio micológico" não é propriamente uma "ida às sanchas", mas sim uma oportunidade para se conhecer o fantástico mundos dos cogumelos, guiados pela mão de quem sabe. Tal como nas edições anteriores, a visita será guiada pelo nosso consócio e membro da Direcção Engº. Afonso Calheiros e Menezes,  técnico superior do Parque Natural do Douro Internacional.

Além do cartaz (em cima), aqui fica o Programa, solicitando a inscrição prévia até ao dia 29/11:

De manhã:

9;30h – Concentração no Museu do Ferro & da Região de Moncorvo – breve explicação da acção e dos seus objectivos, por parte da organização;

9;45h – Saída a pé em direcção à serra do Roboredo, pelo caminho da Casa Florestal (antigo caminho medieval que ia de Torre de Moncorvo para Mós, Freixo de Espada à Cinta, etc.);

Até às 12;00h – observação com colecta selectiva de alguns cogumelos para se classificarem e analisarem na sessão que terá lugar da parte da tarde. 

12;30h – Regresso.

Almoço: por conta dos participantes em locais à escolha.

Equipamento: o participante deverá levar calçado apropriado para andar no campo, impermeável e guarda-chuva, se o tempo a isso obrigar; máquina fotográfica;
2 canivetes (um para cogumelos comestíveis e outro para tóxicos); luvas de plástico ou borracha para recolha de cogumelos venenosos.

Se é já um conhecedor de cogumelos e quiser trazer alguns para consumo próprio, deverá levar um saco especial para este efeito; se quiser recolher outros cogumelos para análise na sessão da tarde, deverão estes ser cuidadosamente apartados dos comestíveis – A colecta a realizar deverá ser feita de acordo com o Código de Conduta do Apanhador de Cogumelos, que será distribuído aos participantes.

Da parte da tarde:

14;30h – Encontro dos participantes no Museu do Ferro & da Região de Moncorvo, para assistirem à palestra sobre cogumelos, com projecção de uma apresentação PowerPoint, pelo Engº. Afonso Calheiros e Menezes.

Após a palestra, será feita uma seriação e classificação das espécies recolhidas na acção de campo, com orientação do Engº. Afonso e recurso a bibliografia especializada.

Ao final da tarde: Magusto /convívio.

Nota: Pede-se a todos os interessados que se inscrevam até às 17;00 horas do dia 29 de Novembro.                                                                                          

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Agradecimento: a Organização agradece aos nossos amigos André Cavalheiro e Filipa Esteves, designers gráficos, a oferta do cartaz (com foto cedida por Engº. Afonso Calheiros).


segunda-feira, 25 de novembro de 2013

X PARTIDELA DA AMENDOA DO MUSEU DO FERRO - MONCORVO

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Como aqui noticiámos oportunamente, realizou-se no passado sábado a X Partidela Tradicional da Amêndoa, organizada pelo Museu do Ferro & da Região de Moncorvo (gerido em parceria pelo PARM e Município de Torre de Moncorvo). O evento, que contou com a presença de numeroso público, decorreu no auditório do Museu, sendo abrilhantado pelas intervenções do grupo de teatro Alma de Ferro e pela Tuna tradicional da Lousa. 
A organização agradece encarecidamente os apoios institucionais e os patrocínios do comércio local, que, apesar da crise, não deixou de acorrer à chamada com uma série de produtos regionais que encheram de iguarias as "mesas da merenda" que, como era costume, se oferecia no final dos serões das antigas "partidelas". Também de assinalar a presença dos idosos e responsáveis do Centro de Dia da Santa Casa da Misericórdia (os verdadeiros "profissionais da arte"), que também confeccionaram bolos para esta verdadeira festa popular, feita de muito voluntarismo, generosidade, amor à terra e apego às suas/nossas tradições.
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Aqui fica uma breve reportagem:
Momento de abertura da sessão, pela vereadora Srª Engª. Piedade Menezes, em representação do Município de Torre de Moncorvo.

O Sr. Joaquim Morais, em representação da recém-constituída Confraria da Amêndoa, explicita os objectivos da mesma.


Chegaram os apanhadores da amêndoa! - actores do grupo de teatro moncorvense "Alma de Ferro" , com uma saca do produto que vai ser "escatchado"...


Encenação da Partidela Tradicional, vendo-se à esquerda o ilustre etnomusicólogo Mário Correia (da editora Sons da Terra) em registo atento.


 Alma de Ferro, no seu melhor, recriando um serão à moda do antigamente, partindo amêndoa em ambiente de "cozinha tradicional".


Vista geral da sala, onde o público escuta atentamente a Tuna Popular da Lousa.


Tuna da Lousa, uma presença já habitual e sempre muito aplaudida nas Partidelas do Museu.


Hora da merenda e confraternização.


Uma "partideira" ainda resistente...

Fotos: Zé Sá e N.Campos


quinta-feira, 21 de novembro de 2013

X PARTIDELA TRADICIONAL DA AMENDOA, no Museu do Ferro!

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(clicar sobre o cartaz para AMPLIAR)

Informamos todos os associados, moncorvenses em geral, visitantes e amigos, que se realiza no próximo sábado, dia 23 de Novembro, no auditório do Museu do Ferro & da Região de Moncorvo, a X Partidela Tradicional da Amêndoa.
O início está previsto para as 14:30h e decorre até ao fim da tarde.

Completa-se uma década sobre o início da realização desta iniciativa, uma das mais marcantes e regulares da programação do nosso Museu, cuja gestão, relembramos, decorre de uma protocolo entre o PARM e o Município de Torre de Moncorvo.

O objectivo foi (e é) a recriação de uma actividade tradicional que se encontrava quase extinta, uma vez que a redução da produção da amêndoa, a desertificação humana, a alteração das vivências e costumes, e a mecanização dos processos de descasque, levaram a que esta prática se tornasse numa vaga memória de outros tempos, em que as pessoas se juntavam em casa de cada um dos produtores e, em sistema de entre-ajuda, partiam a casca lenhosa das amêndoas para retirarem o miolo, que assim era melhor pago pelos negociantes do sector.

Como era também costume, no final do serão, quando eram pequenos e médios proprietários e o trabalho não era remunerado, o anfitrião oferecia uma merenda aos(às) partidores(as). Assim se faz também no Museu do Ferro, entidade que possui algumas amendoeiras no seu jardim, plantadas intencionalmente, tendo em vista o cartaz da Flor da Amendoeira e também a produção de amêndoa, que é utilizada neste actividade. No entanto, como a produção é pequena, recorremos a outros produtores locais que contribuem com mais alguma quantidade para este evento, assim como o comércio local que, generosamente, acorre à chamada com produtos regionais (vinho, queijo, enchidos, confeitaria, etc.), apesar deste tempos de crise (entidades colaborantes e patrocinadores encontram-se mencionados no respectivo Cartaz).
Também se menciona a participação do grupo de teatro "Alma de Ferro" e a "Tuna Popular da Lousa", presença já habitual nas Partidelas do Museu.

Trata-se de um pretexto para um momento de convívio inter-generacional, preservando as nossas tradições, como é objectivo dos organizadores.

A organização cabe ao Museu, PARM e Município de Torre de Moncorvo.

A entrada é livre. - Não faltem!!

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Sobre este tema, ver também: http://torre-moncorvo.blogspot.pt/2013/11/x-partidela-tradicional-da-amendoa-no.html
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terça-feira, 13 de agosto de 2013

Visita guiada à igreja matriz de Torre de Moncorvo

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Realizaram-se no passado fim de semana, duas visitas guiadas à igreja matriz de Torre de Moncorvo, organizadas pela DRCN (Direcção Regional da Cultura do Norte), no âmbito do programa de visitas de Verão à Rede de Monumentos do Vale do Douro.
No caso da nossa igreja, a visita foi orientada por N.Campos (DRCN) e Eugénio Cavalheiro (do PARM), ambos autores de uma monografia sobre este Monumento.
 
Aqui ficam algumas fotos tiradas por Ademar Tavares e José Sá, a quem agradecemos:
 
Vista geral do exterior, ângulo SW
 
Vista do exterior, lado Norte.
 
Observando o portal Sul
 
Admirando as abóbadas.

O Sr. Comandante Cavalheiro apresenta a sacristia.
 
Defronte da capela do Santíssimo Sacramento.


Visita à torre sineira, excelente miradouro sobre a vila.
 
Nota final: além do interesse dos participantes (infelizmente poucos, apesar da gratuitidade da visita), felicitamos o município de Torre de Moncorvo pela recente acção de limpeza da torre e do adro, assim como as zeladoras do templo, que com brio e carinho mantêm sempre limpo o seu interior.
A nossas felicitações também à DRCN por esta iniciativa das Visitas de Verão.
 
Terminamos com um apelo à juventude e frequentadores dos bares e esplanadas nestes dias de Festa do verão: utilizem os caixotes do lixo mais próximos para depositarem os copos plásticos, garrafas e afins, mantendo limpo, o mais possível, o adro e o centro histórico da nossa vila.
 
Apoiamos a "movida" nocturna moncorvense, mas lembrem-se que este Centro Histórico é a sala de visitas da nossa terra - vamos mantê-la limpa e condigna!!
 


sexta-feira, 2 de agosto de 2013

Rede de Monumentos do Vale do Douro - visitas guiadas Verão 2013

 
(Clicar sobre o cartaz para AMPLIAR)

Para os associados e visitantes do blogue em geral, aqui fica o cartaz das visitas guiadas que a DRCN vai promover, em 2ª edição, neste Verão, em vários monumentos do interior Norte, começando em Bragança e Miranda até Foz Côa e Numão, passando pela igreja matriz de Torre de Moncorvo, obviamente. Na nossa igreja as visitas decorrem nos dias 10 e 11 (à escolha), sendo guiada por Nelson Campos, na sua qualidade de técnico superior da DRCN.

Para mais informações e inscrições, ver: http://www.culturanorte.pt/destaques,0,907.aspx

PARTICIPEM! (é grátis)
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quinta-feira, 20 de junho de 2013

Mais um vale condenado...

Sim, parece que agora já não há problema em se fazerem por aí barragens a torto e a direito, com património classificado (de interesse mundial, até), ou sem ele...
Aqui fica. Sem comentários:

UNESCO aprova barragem de Foz Tua
in: Porto dos Museus - http://www.pportodosmuseus.pt/?p=78595&utm_source=feedburner&utm_medium=email&utm_campaign=Feed%3A+pportodosmuseus%2FrxgW+%28pportodosmuseus%29&utm_content=Yahoo%21+Mail

NOTA - Relembramos apenas (para memória futura) que o Público foi um dos jornais que mais encarniçadamente se destacou na campanha de imprensa anti-Côa...

terça-feira, 11 de junho de 2013

Rota do Ferro em BTT, 4ª edição (2013)

Como aqui anunciámos, esta foi mais uma edição da Rota do Ferro em BTT - Pelos Caminhos do Roboredo, uma iniciativa conjunta PARM/Junta de Freguesia de Torre de Moncorvo, integrada no cartaz das festas em honra de Santa Leocádia.
Aqui ficam algumas fotos da jornada, apesar de poucos participantes, mas bons!  (os que ficaram a dormir, ou tiveram medo à chuva nem sabem o que perderam):

Visita à galeria de Santa Bárbara, na Carvalhosa.


 Depois da "volta de aquecimento" (para os que não vieram pela Ecopista, com escalada da rampa da Carvalhosa, uma contagem de 1ª categoria), aqui fica a foto de conjunto.


Outra rampa das difíceis: a da Portela de Felgueiras, a caminho da mina da Cotovia. 


Uma paragem para ver as sondagens da Geoplano/MTI, perto do alto de Felgueiras.


Um percalço - remendando um furo na zona das Antenas (valeu a experiência do Mota nestas andanças).


Ainda deu para acompanhar a procissão, à hora da chegada à Stª Leocádia.

Uma vista geral do recinto das festividades, à hora da merenda.


sábado, 8 de junho de 2013

Rota do Ferro em BTT

É na próxima segunda-feira, dia 10 de Junho, no âmbito das festividades em honra de Santa Leocádia e S. Bento, promovidas pela Junta de Freguesia de Torre de Moncorvo!! - PARTICIPEM!


sábado, 18 de maio de 2013

Uma reflexão sobre o panorama museológico em Portugal

 
Saída na véspera do Dia Mundial dos Museus (in Público, 2013.05.17), concordando ou discordando pontualmente, aqui fica para debate (se é que vale a pena debater) esta reflexão de Luís Raposo (ex-director do Museu Nacional de Arqueologia, também Presidente da Comissão Nacional Portuguesa do ICOM e representante da Rede Portuguesa de Museus no Conselho Nacional de Cultura):

«Em recente Conferência Internacional sobre “Políticas Públicas para Museus em Tempos de Crise”, foi aprovada uma“Declaração de Lisboa”, subscrita por seis presidentes de comissões nacionais europeias do ICOM (Conselho Internacional dos Museus), e ainda pelos presidentes do ICOM Europa e do ICOM Mundial. Depois de assinada pelos restantes presidentes de comissões nacionais europeias, será formalmente entregue aos presidentes da Comissão e do Parlamento Europeu, assim como aos governos e parlamentos nacionais.
Dirigida aos poderes e decisores políticos, e acessoriamente aos cidadãos em geral, a “Declaração de Lisboa” (disponível em www.icom-portugal.org) constitui um apelo baseado na consigna que constituirá o mote de reflexão do próximo Dia Internacional dos Museus (18 de Maio): museus (memória + criatividade) = mudança social. Os efeitos da presente crise europeia nos museus, por enquanto especialmente visíveis em países do Sul, mas em processo de irradiação global, são ali postos em evidência. Diz-se que os cortes drásticos que afectam orçamentos públicos, e mesmo privados, estão a “colocar em risco a existência de muitos museus e suas colecções”; numerosos profissionais, especialmente os mais jovens, começam a perder os seus empregos ou a ver reduzidos os seus salários para níveis inimagináveis; em certos casos extremos, chegou-se ao ponto de em alguns países os museus “estarem agora a perder seus directores e as suas equipas técnicas”.
 
Este diagnóstico aplica-se por inteiro ao caso português. Após duas décadas de “revolução silenciosa” (talvez demasiado silenciosa…), durante as quais se deu corpo a um edifico jurídico e organizacional (com especial relevo, neste caso, para a Rede Portuguesa de Museus, entendida como plataforma cooperativa inter-pares e não como mera repartição desqualificada de organismo do Governo) que se diria sedimentado, assistimos nos últimos anos e continuamos a assistir a recuos de tantas décadas que nalguns casos remontam ao tempo em que nem sequer havia museus, ou seja, retrocedem até aos tempos da Monarquia Absoluta.
 
Falamos sobretudo de recuos conceptuais, muito mais do que financeiros. A crise tem as costas demasiado largas. Mas a verdade é que grande parte da actual desdita dos museus portugueses resulta da ignorância ou da intencional perfídia com que foram tratados nos últimos anos. A existência de museus dotados de autonomia de projecto, com equipas técnicas e direcções capazes de “dar a cara” perante os seus respectivos públicos, constituiu um desafio à mediocridade de alguns “sir humphreys” da Administração Pública, que facilmente meteram no bolso os sucessivos governantes de turno, porque em todos encontram redes de cumplicidades subterrâneas. E daí à instauração de modelos tão centralistas que fariam corar de vergonha os teóricos do Estado Novo, foi um pequeno passo, favorecido por mera retórica de poupança. A (re)construída Direcção-Geral do Património Cultural (DGPC) e as Direcções Regionais de Cultura, concebidas durante o Governo do PS e concretizadas durante o Governo do PSD/CDS, constituíram-se, de facto, no “regresso ao passado” que temíamos (cf. o nosso texto no Publico de 2 de Setembro de 2011 – “A nova DGPC: recuo ou avanço ?”), dando origem a orgânica opressiva e ineficiente, mesmo no plano financeiro. Incapaz de potenciar a contribuição significativa da chamada “sociedade civil”, que obviamente requer a proximidade e a empatia que apenas se geram em torno de cada museu, trata-se de uma estrutura que produz custos orgânicos fixos insustentáveis, como sejam os logísticos, de toda a ordem, e os salariais. Neste particular, verifica-se que a pretexto de poupanças, mas em total desrespeito das normas nacionais e internacionais que definem os museus, se chegou ao ponto de extinguir direcções de museus, trocando as poucas centenas de euros das respectivas comissões de serviço, pelos largos milhares dispendidos numa rede de comissariados, sucedânea dos governos civis, ditas direcções-regionais (que de regionais só têm o nome, uma vez que não passam de emanações do poder central), com chefias equiparadas a directores-gerais, que pouco levaria a criar e, na prática, nada agora justifica manter.
 
Dir-se-á que tudo isto se passa somente na cerca de três dezenas de serviços tutelados (até a palavra “museu” foi ali banida em certo momento) pelo secretário de Estado da Cultura (e não Secretaria das Estado, que não existe, tendo a Cultura passado de Ministério para… coisa nenhuma). Puro engano. Os efeitos desta regressão central começam a fazer-se sentir, de forma catastrófica, no plano nacional. Se os museus do Estado Central deixaram de ter qualquer grau de autonomia, se deixaram de ter mapas de pessoal e orçamentos próprios, se deixaram até de possuir número de contribuinte, sendo-lhes vedado qualquer relacionamento directo com potenciais patrocinadores, ou a adjudicação expedita de quaisquer serviços, se uma mísera lâmpada a mudar em museus no Porto ou em Coimbra, tem de ser adquirida em Lisboa, e se for em Guimarães ou em Lamego tem de ser em Vila Real, se for na Guarda ou na Nazaré, tem de ser em Coimbra (e o mesmo se passava até pouco tempo atrás com as reclamações feitas nos “livros amarelos”, que circulavam pelo País antes de serem respondidas), se em casos-limite um mesmo director pode fazer o biscate de estar à frente de museus situados a cerca de 100 km um do outro (caso de Castelo Branco e Guarda), se tudo isto e mais que fica por dizer acontece… então porque continuar a exigir das autarquias, no âmbito dos processos de credenciação de museus, que tenham lugares próprios para os museus nas suas orgânicas, mantenham directores tecnicamente habilitados, etc. ? Por nada, de facto, senão em obediência a uma Lei-Quadro de Museus Portugueses, lei de direito para constitucional, aprovada por unanimidade na Assembleia da República, que assim o obriga...
Compreende-se, pois, que neste Dia Internacional dos Museus nos venham à cabeça sobretudo as desventuras por que passam os museus portugueses. Mas, “ser museu” é acima de tudo ser “corredor de fundo”, encarando cada presente com a resiliência e o optimismo crítico de quem sabe que “atrás dos tempos, tempos virão”. Por isso, enquanto profissionais dos museus portugueses festejamos cada 18 de Maio, fazemos das fraquezas forças, promovemos inúmeras actividades, de Norte a Sul, em centenas de museus, e convidamos os nossos visitantes a estarem connosco. Afinal, o futuro dos museus está nas mãos das comunidades que neles se revejam e considerem que na criatividade das suas memórias está parte da sua felicidade, do seu progresso social.
- Luís Raposo
Presidente da Comissão Nacional do ICOM
Representante da Rede Port. de Museus no Conselho Nacional de Cultura

 

quarta-feira, 1 de maio de 2013

Nova sede do PARM

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Como foi do conhecimento geral, no âmbito das comemorações municipais do 25 de Abril foram entregues as chaves de novas sedes a três associações de Torre de Moncorvo, entre as quais o PARM. A nós tocou-nos o rés-do-chão da Casa do Morgado Leopoldo Henriques (sob a agência local do BES), onde se encontrava um jardim de infância entretanto transferido para o Agrupamento de Escolas. 
A cedência foi feita ao abrigo de um contrato de comodato por 20 anos, podendo ser prolongado, caso a associação se mantenha activa. 
Depois de se ter gorado a possibilidade de aquisição de uma casa contígua ao museu para sede do PARM, sobre a qual chegou a haver uma deliberação camarária em 2001, pensamos que assim, finalmente, se resolve um dos problemas associativos, que era o de uma sede própria, tendo-nos arrastado ao longo dos tempos por diversas sedes provisórias, num longo historial que oportunamente poderemos fazer aqui no blogue.
Importa lembrar que nos ligam ao presente espaço algumas afinidades, atento o facto de termos intercedido pela sua preservação, em 1999, junto de quem de direito, o que veio a acontecer, longe de pensarmos que algum dia aqui ficaríamos sediados. 
Na verdade trata-se de um edifício histórico cuja construção terá sido iniciada no 1º quartel do século XVIII, certamente pensado para ser um vasto palácio, mas cujo projecto inicial terá sido condicionado pela falta de recursos por parte dos proprietários, a família Botelho de Magalhães. Mesmo assim, foi construída aos "bochechos" e nela terá nascido o pai de um dos fundadores da República do Brasil, Benjamin Constant Botelho de Magalhães, como em tempos escrevemos aqui: http://torredemoncorvoinblog.blogspot.pt/2009/07/fundador-da-republica-do-brasil-era.html

Fachada Poente da Casa Leopoldo Henriques - sede do PARM no r/c

 Angulo SW, vendo-se parte do logradouro

 Fachada do lado Norte - entrada da actual sede do PARM, no r/c

Momento das mudanças - espólio encaixotado

Aposento que se destina ao secretariado.
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sábado, 20 de abril de 2013

Percursos pela Arqueologia de Ulissipo/Olissipona/Lisboa


Recebemos do nosso consócio Higino Tavares vários links sobre Arqueologia lisboeta, çara quem esteja interessado. Salientamos o 1º., sobre o subsolo da antiga Olissipo, um dos aspectos que esteve patente numa exposição realizada há anos no Museu Nacional de Arqueologia, sob o título "Lisboa Subterrânea". Nessa onda, também nós por cá idealizámos, in illo tempore, um percurso pedestre intitulado "Moncorvo Subterrânea", apresentado numa cadeira de um curso de Museologia da Faculdade de Letras do Porto. Não se chegou a implementar, mas pode ser que um dia destes parte desse percurso possa ser feito, porque também por cá, sob os nossos pés, há uma outra vila, com vestígios de outras eras, sob os paralelos das calçadas.
Para já vão vendo estes links aos poucos:

LISBOA - Debaixo de Terra
Vejam o que se esconde sob a belissima cidade de Lisboa:
As Galerias Romanas da Rua da Prata
Mas, sobre a terra há mais:


O Núcleo Arqueológico da Rua dos Correeiros
http://www.youtube.com/watch?v=9XGps3kHVfE&feature=related

sexta-feira, 19 de abril de 2013

Passeio da Primavera à capela de Srª da Esperança

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Como anunciámos no post anterior, realizou-se no passado Domingo, dia 14, o passeio pedestre de Torre de Moncorvo à capela de Srª da Esperança, o qual tradicionalmente se fazia na segunda-feira da Pascoela. Devido ao mau tempo, foi o mesmo adiado para o passado domingo, contando com algumas dezenas de participantes e muitos outros que acorreram ao adro da velha capelinha, onde se cumpriu o programa e a tradição de se desfazer o folar. A organização pertenceu à Junta de Freguesia de Torre de Moncorvo, com a modesta colaboração do PARM. Aqui fica a reportagem fotográfica, para os que foram e para os que não puderam ir:


Pelo antigo caminho medieval, na zona da Padrela...

Pouco antes das ruínas da "casa amarela"...

Caminho velho, com Moncorvo ao longe...

Já no adro da velha capela de N. Srª da Esperança...

Confraternização no adro...

Aumenta a romaria...

Hora da merenda...

Malta dos Escuteiros, na "ordem unida" antes da partida...

Os nossos "mais velhos" do Centro de Dia da Misericórdia, 
recordando os bons velhos tempos...

* * * 
Senhora da Esperança, Senhora da Primavera,
Branca capela no monte erguida,
aí estás, desde remota era,
abraço de despedida
na hora da partida
...
(Henrique de Campos)